A Secretaria de Previdência Social emitiu um alerta a população sobre um tipo de fraude cada vez mais comum: estelionatários entram em contato com segurados do INSS com o objetivo de extorquir as vítimas.
Não fosse o bastante, golpes que prometem desde valores extras aos aposentados até bilhetes premiados circulam pelos aplicativos de mensagem e são repassados sem nenhuma avaliação crítica dos usuários. Listamos alguns casos que afetaram os aposentados e pensionistas. Veja também dicas sobre como se proteger. Mas antes vamos revelar o mais recente alerta feito pelo INSS.
Alerta do INSS
O comunicado mais recente do INSS explica que estelionatários entram em contato com segurados da Previdência, por telefone. Eles fingem ser integrantes do Conselho Nacional de Previdência (CNP).
Em geral, os criminosos dizem ser do CNP, órgão vinculado à Secretaria de Previdência. Sob a falsa alegação de que o cidadão teria direito a receber valores atrasados de benefícios pagos pela Previdência Social, eles solicitam o depósito de determinada quantia em uma conta bancária, afirmando que essa “taxa” seria necessária para a liberação de um suposto pagamento que, na verdade, não existe.
A Secretaria de Previdência esclarece que todos os serviços e valores a receber, quando realmente existentes, são disponibilizados de forma gratuita aos segurados. Além disso, em nenhuma hipótese, membros de Conselhos ligados à Secretaria de Previdência entram em contato com segurados da Previdência Social.
Veja os 4 golpes mais aplicados contra aposentados e pensionistas do INSS
1. Golpe pelo WhastApp
Os golpistas enviam uma mensagem de texto via WhasApp pedindo para o aposentado ou pensionista entrar em contato com um número 0800. Dentro da mensagem também consta outro número para contato, só que de celular.
A primeira reação do beneficiário é entrar em contato com o número 0800. Nele se ouve uma mensagem que o benefício do segurado está bloqueado e deve ligar para um número de celular para confirmar os dados. Apavorados com a notícia, os beneficiários acabam ligando para o número de celular informado e exatamente aí que o golpe começa a ser aplicado.
Assim aconteceu com o aposentado Ulisses Souza, morador do Rio de Janeiro. Ele entrou em contato com a reportagem e fez um alerta aos beneficiários do INSS para não cair no golpe. Conforme apuramos, o objetivo principal dos estelionatários é fazer com que os segurados informem dados bancários como número, do cartão senha, CPF, o que possibilita aos golpistas realizar compras em lojas e principalmente pela internet ou até mesmo tomar empréstimos em nome do segurado.
2. Golpe por mensagem via SMS:
Nessa modalidade o objetivo é roubar dados dos aposentados e pensionistas e abrir brechas para que eles caiam em outras armadilhas. A mensagem enviada pelos criminosos informa que o Banco identificou pendencias no CPF do segurado e disponibiliza um link para que a vítima resolva o problema. Entre os sinais de golpe na mensagem estão o link fornecido, que não é de uma página oficial do Banco, muito menos do INSS.
Nesta modalidade o objetivo é extorquir as vítimas. Estelionatários ligam, se fazem passar os integrantes do Conselho Nacional de Previdência (CNP) e alegam que as vítimas têm valores atrasados a receber.
Esses supostos recursos seriam referentes a benefícios pagos pela Previdência Social. No entanto, “para que o dinheiro seja liberado”, os golpistas induzem as pessoas a depositarem uma certa quantia numa conta bancária indicada por eles. O falso argumento é de que é preciso pagar uma taxa para a liberação do pagamento que, na verdade, não existe.
4. Golpe do bilhete premiado
O golpe do bilhete premiado é um dos mais antigos do Brasil. No dia 2 de junho de 1885 o jornal “Liberal Mineiro” informava que apareceram à venda em Taubaté bilhetes de uma loteria da Rio da Prata, a qual nunca existiu; era registrado, então, há mais de 100 anos esse tipo de estelionato.
Em Curitiba, o repórter Júlio Molica ouviu histórias de idosos que caíram no golpe e que são sempre muito parecidas: primeiro chega uma pessoa com roupas simples com um bilhete na mão e aborda a vítima. Em seguida, vem outra pessoa mais arrumada para perguntar o que está acontecendo. Ao ouvir a história do bilhete premiado e que essa pessoa simples não tem como receber todo o dinheiro, um dos golpistas decide ligar para a Caixa Econômica para confirmar o jogo; só que, na verdade, ele liga para um comparsa, que confirma exatamente os mesmos números.
Nesse ponto, o golpista bem vestido propõe enganar o suposto ganhador do bilhete dizendo que vai dar uma parte em dinheiro para ele e que a vítima tem que fazer o mesmo. “A senhora vai no banco e tira o seu também, a gente fica com o bilhete desse rapaz e ele fica com o dinheiro vivo, já que ele não quer todo esse dinheiro porque não tem o CPF e o RG”, conta uma vítima de como foi a abordagem.
Os valores, apurados pela reportagem, foram de R$ 1.500 a mais de R$ 100 mil, o que acaba por deixar o idoso muitas vezes sem a sua economia ou com dívida.
Como se proteger?
A Secretaria de Previdência reforça que não solicita dados pessoais dos seus segurados por e-mail ou telefone e tampouco faz qualquer tipo de cobrança para prestar atendimento ou para realizar seus serviços. A recomendação aos segurados é de que não recorram a intermediários para entrar em contato com a Previdência Social e, em hipótese alguma, depositem qualquer quantia para ter direito a algum benefício.
A Secretaria também orienta os segurados a não fornecer seus dados pessoais a terceiros, já que essas informações podem ser utilizadas para fins ilícitos. As vítimas desse tipo de abordagem devem registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil e comunicar o fato à Ouvidoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Para entrar em contato com a Ouvidoria, basta ligar 135 ou acessar a página do INSS na internet (www.inss.gov.br).
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