Com o presidente Michel Temer sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com quase metade dos integrantes do Senado Federal envolvidos em processos na Corte, e os demais não tendo conseguido se reeleger perdendo o foro privilegiado, não foi surpresa que aquela casa legislativa tenha aprovado um reajuste dos vencimentos dos ministros do STF faltando pouco mais de um mês para a posse do futuro presidente da República Jair Bolsonaro.
Como além de servir como teto da remuneração dos servidores públicos, os salários dos magistrados da Corte provoca um efeito-dominó em todas as instâncias do Judiciário. Desta forma, a futura administração do país sofrerá um forte impacto nas contas do Tesouro Nacional.
Pior ainda é a alegação de que se trata de uma retaliação a uma declaração do futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, sobre "dar uma prensa" no Congresso quando este criasse dificuldades em votação de propostas de interesse do Governo, numa clara figura de linguagem.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), teve comportamento idêntico ao de um menino que responde uma malcriação com outra. Aí está uma prova de que o povo estava certo quando deu um "bilhete azul" a vários parlamentares, fazendo-os sair da da vida pública para "recolher-se à privada" (vale o duplo sentido).
No final das contas, os senadores foram muito pouco inteligentes, uma vez que as consequências do "beicinho" deles trarão consequências sobre toda a população. Resta ao presidente Temer praticar um ato inteligente que seria o seu veto ao absurdo projeto, a não ser que queira sair do Governo levando em seu currículo a imagem de um político que põe seus interesses acima dos interesses do povo. por Airton Leitão
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