Ricardo Noblat
Tamanha foi a reação negativa ao anúncio do nome do embaixador Ernesto Araújo para o cargo de ministro das Relações Exteriores do futuro governo que já se admite no círculo mais próximo de auxiliares do presidente eleito Jair Bolsonaro que ele poderá ser designado para outra função. Ernesto foi uma escolha mais dos irmãos Bolsonaro do que propriamente do pai.
A função mais cotada seria a de embaixador em um país importante – por que não os Estados Unidos do presidente Donald Trump reverenciado por Ernesto e por seu padrinho, o filósofo Olavo de Carvalho? Um militar da reserva, ex-quatro estrelas, que sempre tem uma resposta na ponta da língua para qualquer pergunta, preferiu desconversar quando provocado por um jornalista: “Quem o senhor nomearia para comandar uma tropa de relevo? Um coronel ou um general?” A pergunta tinha a ver com a promoção de Ernesto a chanceler, logo ele que jamais chefiou qualquer representação do país. O general limitou-se a retrucar: “Isso não me cabe. Não é da minha área”.
Se houver recuo, não será de imediato. É bem verdade que Bolsonaro já recuou de outras decisões, e que faz política lançando balões de ensaio. Mas foi ele que fez questão de anunciar o nome de Ernesto para ministro. O que diria para dar o dito pelo não dito? O primeiro time de experientes diplomatas do Itamaraty poderia lhe sugerir uma saída. (Foto: Sergio Lima/AFP)
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