O tema passa por uma série de ponderações.
Não há nada que faça sumir a dor de alguém que está prestes a perder uma pessoa querida. Para quem sofre de uma doença terminal, também não é fácil. Esse caminho, no entanto, pode e deve ser suavizado. Os cuidados paliativos, como são chamados os tratamentos recebidos pelos pacientes em fase terminal, já sem chances de cura, são de extrema importância para todos os envolvidos.
O tema passa por uma série de ponderações. Os prós e contras que cada tipo de tratamento pode oferecer aos pacientes, os custos envolvidos e o conforte do doente e dos familiares devem ser levados em consideração. “É uma questão sempre polêmica. Antes de tudo, é importante não perder de vista a autonomia do paciente. Ele tem o direito de tomar a decisão que quiser e deve receber os conselhos necessários para isso”, afirma o fisioterapeuta Daniel Alan Costa.
O geriatra Rafael Terra conta que já há conhecimento na medicina para esses casos. “Sempre existe algo que se possa fazer para dar uma qualidade de vida a todos envolvidos nesses casos”, ressalta. Os cuidados permanentes podem evitar problemas. “Assim como no caso de pessoas saudáveis, é fundamental ter a consciência da prevenção de problemas. O paciente terminal deve receber cuidados com a higiene, por exemplo, o que evita dores de cabeça em um futuro próximo”.
O psicólogo Roberto Debski dá outro conselho que pode ser útil nos cuidados paliativos. “Manter o paciente em casa, perto dos entes queridos, dá forças. Não é muito saudável alguém ficar isolado em um quarto de UTI”.
Outra prática que pode ajudar o paciente em situação delicada é a atividade física. “Os mais indicados são fisioterapia e a prática de pilates. Eles podem ser complementados com vitamina B e B12, que ajudam a prevenir inflamações e dão energia”, diz Terra.
Uma boa alternativa que evita o sofrimento dos pacientes terminais são as chamadas práticas interativas. É uma série de atividades que oferecem bem-estar e alívios. Entre eles, estão a acupuntura, a meditação, a cromoterapia e a fitoterapia (tratamento com plantas medicinais). O SUS oferece 29 dessas práticas.
“Só para citar um caso, recebemos uma paciente com sinais de depressão. Em dois meses e meio, ela apresentava melhoras claras, estava mais comunicativa com a família e até chegou a fazer uma viagem”, conta o fisioterapeuta Daniel Alan Costa, especialista em bases de medicina integrativa pelo hospital Albert Einstein.
Costa só alerta para que as práticas interativas sejam feitas de forma organizada. “É preciso tomar cuidado para não superlotar a agenda do paciente, o que pode ser bastante nocivo”, alerta.
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