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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Mulheres que revolucionaram investigações de feminicídios

LEILANE MENEZES - METRÓPOLES | OTÁVIO NETO / SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DO PIAUÍ
Profissionais seguiram o rastro de homens que matam suas companheiras e aprenderam a ler as marcas do ódio

Fãs de seriados policiais já sabem: a cena do crime fala. Qualquer vestígio aparentemente inocente pode ser o fio condutor de uma investigação. Como personagens que ganharam vida e saíram da tela, mulheres brasileiras — peritas, delegadas e acadêmicas — aprenderam a desvendar sinais de crimes motivados por questões de gênero.

Com isso, essas profissionais multiplicaram tipificações de feminicídios em seus estados de origem e garantiram punições mais rigorosas a homens que não amavam as mulheres. Antes da atuação delas, os crimes eram tratados como homicídios comuns e tinham penas mais brandas.

Em março de 2015, a Lei 13.104/2015 alterou o Código Penal Brasileiro e incluiu o feminicídio como uma das formas qualificadas do homicídio. É quando a morte de uma mulher decorre de violência doméstica e familiar ou quando provocada por menosprezo e discriminação da condição do sexo feminino.

“As formas de violência geralmente envolvem a imposição de um sofrimento adicional para as vítimas, tais como a violência sexual, cárcere privado, emprego de tortura, uso de meio cruel ou degradante, mutilação ou desfiguração das partes do corpo associadas à feminilidade (rosto, seios, ventre, órgãos sexuais)”, descreve a cartilha da ONU com diretrizes para investigações com perspectiva de gênero.

Uma das pessoas convidadas para formular o documento da ONU foi a perita criminal da polícia do Rio Grande do Sul e ex-diretora do Departamento de Criminalística do estado, Andréa de Paula Brochier.

Andrea Brochier é referência em investigações com perspectiva de gênero
Brochier estabeleceu nas perícias do estado o uso de técnicas de identificação da violência simbólica. “São atos que comprovam o ódio do agressor em relação à vítima. Destruição de objetos pessoais, de livros, de cadernos, de objetos relacionados à profissão, maltratar um animal de estimação para infringir sofrimento à vítima”, lista.
Sob comando de Brochier, as equipes passaram por treinamento para aprender a reconhecer esses sinais em cenas de crimes e relatá-los em documentos oficiais. VEJAM TODAS AQUI

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