Foto: Agência Brasil / EBC
Joesley Batista prestou no último dia 6 um novo depoimento à Polícia Federal (PF), em Brasília, sobre a suposta entrega de uma mala com R$ 500 mil ao senador Ciro Nogueira (PP), presidente nacional do Progressistas acusado,entre outros crimes, de obstrução de Justiça (leia aqui). O depoimento do empresário do grupo J&F, de acordo com a Rede Globo, traz detalhes sobre o local e a forma do suposto repasse de dinheiro a Ciro Nogueira, aprofundando o relato feito pelo empresário em depoimento da delação, no ano passado. A defesa do senador, por nota, respondeu que ele nunca recebeu dinheiro de Joesley Batista e que a gravação da conversa vai comprovar. Classificou, ainda, a relação de Batista e Ciro como uma relação "republicana" de um senador com um grande empresário. No depoimento, Joesley teria contato que, em 17 de março do ano passado, houve uma reunião entre ele, o ex-diretor do grupo J&F Ricardo Saud e o senador Ciro Nogueira por volta das 19h. O encontro teria sido gravado "para registrar os diálogos e tratativas de entrega de R$ 500 mil para Ciro Nogueira, o que de fato ocorreu". Segundo Joesley, a mala foi entregue por Saud para o senador Ciro Nogueira na garagem da casa do empresário, em São Paulo. O empresário repetiu o método usado com o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor do presidente Michel Temer, e que se tornou a cena mais conhecida da delação: uma mala de R$ 500 mil , também entregue por Ricardo Saud em São Paulo (veja aqui). Ciro Nogueira e o correligionário Eduardo da Fonte (PP) são suspeitos de intermediar uma negociação entre o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para barrar as investigações da CPI da Petrobras no Senado. A denúncia foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro, mas no dia 14 de março, a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou um recurso ao STF contra a rejeição. Em relação ao novo depoimento sobre Ciro, o empresário Joesley Batista foi ouvido no inquérito que apura se o ex-procurador Marcelo Miller auxiliou os delatores da J&F enquanto ainda estava na Procuradoria Geral da República e se os delatores omitiram informações da delação. As suspeitas levaram o acordo de delação a revisão. Caso confirmada a omissão, os colaboradores podem perder os benefícios. Cabe ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) tomar a decisão.
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