Foto: Asscom/Sesa ES
Um estudo realizado no Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba), por pesquisadores do PET-Saúde/Redes da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, mostra o nível de conhecimento das adolescentes acerca de métodos contraceptivos. Foram entrevistadas adolescentes grávidas entre 15 e 17 anos, que realizaram pré-natal da instituição, sendo questionadas sobre o conhecimento de anticoncepcional; uso de anticoncepcional antes da gestação e intenções contraceptivas para serem usadas após a gravidez. Mais de 80% das entrevistadas disseram que sua gravidez não foi planejada devido à irregularidade ou a falta de uso de anticoncepcionais. A maioria das participantes relatou conhecimento de preservativos (91%), da pílula contraceptiva oral combinada (83%) e de contraceptivos injetáveis (76%). No entanto, menos da metade (42%) relataram conhecimento de métodos anticoncepcionais reversíveis de longa duração (LARC’s), como o DIU e implante. Em termos de intenções contraceptivas após a gravidez, os métodos mais citados eram a injeção (40%), o dispositivo intra-uterino (19%) e a pílula (10%). Dentre as 90 adolescentes participantes, a idade média na primeira relação sexual foi de 13,8 anos. A maioria das participantes era solteira (65%), de raça mista (63%), tinham uma renda familiar abaixo do salário mínimo (63%), viviam juntos com os pais (60%), relatavam altas taxas de abandono escolar (43%) e desemprego (90%). A pesquisa mostrou, então, um baixo conhecimento de métodos contraceptivos, especialmente de LARC’s (os contraceptivos mais eficazes), entre adolescentes grávidas no Nordeste do Brasil. O baixo nível socioeconômico e as altas taxas de gravidez não planejada e os índices de abandono escolar do ensino médio podem ser fatores relacionados, apontando para um aconselhamento de saúde sexual e reprodutiva insuficiente nessa população.
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