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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Cidade de servidora fantasma não tem emendas de Bolsonaro há dez anos

O presidenciável Jair Bolsonaro não para de cair em contradições, uma atrás da outra, desde que a Folha de São Paulo divulgou o patrimônio dele e de seus filhos parlamentares que após entraram para a política e viraram todos milionários. 

A contradição dessa vez foi Jair Bolsonaro afirmar, na última quinta-feita (11), aos jornalistas Camila Mattoso e Italo Nogueira, ambos da Folha de SP, que a vendedora de açaí, Walderice Santos da Conceição, mas conhecida como Wal Açaí, de 49 anos, sua vizinha de casa de praia, era a responsável por "fazer o que todo comissionado faz. Qualquer problema na região ela entra em contato com o chefe de gabinete. Relata uma carência da prefeitura, em que como parlamentar posso apresentar uma emenda", justificou Bolsonaro que afirmou ter boas relações com o atual prefeito de Angra dos Reis. 

Mas segundo vizinhos e moradores do distrito, Wal e o marido dela, Edenilson Garcia, são na verdade caseiros da casa do deputado. Os vizinhos ainda informaram que não sabiam que Wal era paga com dinheiro da Câmara, ou seja, com o dinheiro do povo brasileiro que não deve e não pode ser usado para pagamento de funcionário particular, tipo caseiros. 

Os relatos dos vizinhos e moradores do distrito deixam claro que Wal não desempenhava o serviço de assessora do deputado e nem responsável por articular emendas parlamentares para a região, como declarou Bolsonaro. 

A Folha de SP apurou e descobriu que há uma década Jair Bolsonaro não destina emendas parlamentares para a cidade de Angra dos Reis, onde mantém empregada desde 2003 que todos estão supondo se tratar de uma servidora fantasma do gabinete do parlamentar em Brasília. 

Segundo dados da Câmara dos Deputados e do "Siga Brasil", do Senado Federal, o presidenciável apresentou apenas três emendas para Angra dos Reis desde 2003, ano em que Wal ingressou no gabinete do deputado. Duas ocorreram em 2003 e a última, em 2008. 

Em 2003, Bolsonaro destinou R$ 250 mil para a captação e tratamento de água com colocação de dutos e reservatórios para o próprio distrito de Mambucaba, de cerca de 1.200 habitantes, supostamente para beneficiar, com água, o local onde ele mantém sua casa. Cinco anos depois, ele solicitou R$ 150 mil para obra emergencial na Igreja Nossa Senhora do Rosário, localizada no distrito. 

A reportagem de Folha de SP não conseguiu confirmar se as emendas foram executadas e as obras outras realizadas pelo governo federal. Mas na entrevista aos jornalistas, Bolsonaro afirmou: "Não tenho obra nenhuma em Angra." 

Para piorar a coisa, segundo os mapas eleitorais do Estado, Angra dos Reis não figura como uma base eleitoral do deputado. 

Então por que manter uma servidora do gabinete, recebendo dinheiro do povo brasileiro, em uma região que o parlamentar na tem interesse, não realizou obras e nem tem base eleitoral? 

Em Resende, cidade do Sul do Rio de Janeiro com grande contingente militar em razão da presença da Academia Militar das Agulhas Negras, Bolsonaro destina emendas, praticamente todo ano, e mantém servidores, pois a cidade é seu reduto eleitoral. 

OUTRO LADO 
A assessoria de imprensa de Bolsonaro afirmou que "o deputado tem a liberdade de contratar e exonerar quem ele quiser", no Estado do Rio de Janeiro, "na hora que achar melhor e no momento que achar oportuno". 

Sobre as emendas para Angra, a assessoria afirmou que o deputado só responderá perguntas da Folha formuladas pessoalmente, em conversa gravada.  Com informações da Folha de SP

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