Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil
A repercussão negativa das declarações da ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, continua. Após recuar do pedido para acumular os salários de desembargadora e ministra, no qual comparou sua situação ao trabalho escravo (leia aqui), entidades do movimento negro divulgaram nesta sexta-feira (3) um manifesto de repúdio a ela. Segundo a nota, de autoria do Convergência Negra, subscrita por outras instituições de combate ao racismo, a ministra “apropriou-se de forma oportuna desse fato histórico trágico [escravidão] para obter benefícios próprios relativos ao seu salário”. O manifesto ainda diz que é um contrassenso reivindicar privilégios enquanto se participa de “um governo que quer acabar com os direitos trabalhistas, com o combate ao trabalho escravo e as políticas de inclusão racial, além de silenciar frente ao racismo religioso e as demais violências sofridas pelos povos de terreiros e comunidades quilombolas em todo o país”. Também segundo as entidades, a ministra afronta a “dignidade da população negra”. “[...] A posição da ministra é um atestado cabal da falta de compromisso com o combate ao racismo e com verdadeira cidadania de negros e negras. Não resta dúvida que estamos vivendo um momento em que a violência contra as mulheres, negros, grupos LGBT, quilombolas e índios está se naturalizando e a posição equivocada da ministra é um retrato desses ataques”, ataca. “A nomeação dessa senhora é reveladora do desapreço que o governo Temer tem pela comunidade negra e o gravíssimo problema do racismo no Brasil. [...] A ministra não representa o povo negro, não representa as mulheres negras e nem aqueles que lutam pelo fim do racismo”, conclui a nota. BN
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