Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
O ex-presidente da Federação Brasileira de Esportes de Gelo, Eric Walther Maleson, envolveu outros nomes em seu depoimento a procuradores franceses na investigação de compra de votos com objetivo de garantir o Rio de Janeiro, como sede dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Além do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, ele também citou o desembargador Luiz Zveiter, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Maleson também detalhou um suposto esquema financeiro montado por Nuzman para enviar dinheiro ao exterior. O depoimento foi prestado em Boston, em 28 de junho de 2016. Segundo Maleston, Nuzman recebeu um passaporte russo em troca do voto para que os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 fosse realizada em Sochi, na Rússia – o documento foi apreendido nesta semana. Ele também cita que Nuzman tinha “magistrados corrompidos” no Tribunal de Justiça do Rio – um exemplo é a decisão judicial que o afastou do comando da Federação Brasileira de Esportes de Gelo, que de acordo com Maleson, teve influência de Zveiter, amigo pessoal do juiz do seu processo. O ex-diretor do COB teria interesse no seu afastamento porque ele virou um crítico à sua administração. O relato também mencionou movimentações realizadas pelo ex-diretor do Comitê Olímpico Brasileiro Edson Figueiredo de Menezes, que tendo sido executivo do banco Prosper, usou a instituição financeira para fazer transferências para o exterior. “Esse banco tinha cometido vários desfalques e alterado suas contas”, disse Maleson aos procuradores. Ele acrescenta que o atleta Edson Bindilatti, seu denunciante na Justiça em 2012, fora convencido por Menezes a acusa-lo e que “recebeu fundos para apresentar a ação”. Maleson ainda cita dois escritórios de advocacia que atuavam para Nuzman e o COB. “Segundo Eric Walther Maleson, o Comitê Olímpico Brasileiro também tinha desviado somas importantes a favor do HB Cavalcanti e Mazzilo Advogados, conhecido no Brasil como o especialista das montagens financeiras em paraísos fiscais como as Ilhas Virgens Britânicas e as Ilhas Caymã, e o Sahione Advogados”. BN
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