Delfim Netto, na Folha de S. Paulo
Poucos observadores do teatro brasileiro recusariam a hipótese de que somos controlados por uma “casta” de burocratas não eleitos sobre a qual, praticamente, não existe controle social.
Organizada em fortíssimo sindicato, criou, para blindar-se, uma cena na qual a simples discussão de seu papel é tachada de “combate sub-reptício à Operação Lava Jato”, hoje, talvez, o único consenso da nossa sociedade.
É preciso afirmar com convicção que o argumento é falso. É mera estratégia defensiva, que, inclusive, tem dificultado as “reformas” de que tanto o país precisa.
A chamada Operação Lava Jato é um ponto de inflexão na história do Brasil. Depois dela, ele nunca mais será o mesmo.
A exposição das vísceras do conúbio criminoso entre o setor privado e o Estado revigorará as nossas instituições. Expor à sociedade eventuais abusos de poder da “casta” privilegiada (que pretende manter-se acima da lei) é, ao contrário, apoiar a Lava Jato.
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