por Ailma Teixeira
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias
Na maior apreensão de dinheiro da história do Brasil, a Polícia Federal (PF) apreendeu mais de R$ 51 milhões em um apartamento usado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). O montante estava distribuído em oito malas e seis caixas. Ainda não se sabe a origem do dinheiro, o que deverá ser explicado pelo peemedebista nos próximos dias, mas essa não é a primeira vez que Geddel tem seu nome vinculado a repasses suspeitos. Em janeiro deste ano, quando foi deflagrada a Operação Cui Bono? – que apura casos de corrupção, quadrilha e lavagem de dinheiro na Caixa Econômica Federal (CEF) –, a Polícia Federal divulgou conversas datadas de 2012, período em que o político baiano ocupava a Vice-Presidência de Pessoa Jurídica da CEF. Diálogos com o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mostram que os dois combinaram a entrega de uma encomenda no Hotel Clarion Faria Lima, em São Paulo. Na ocasião, Cunha foi representado por Altair Alves Pinto e Geddel mandou um homem chamado "Gustavo". A conversa também dá a entender que o repasse "da mesma coisa" já havia ocorrido outras vezes. O tal Gustavo não deveria ir de carro até o hotel, pois o carro de Cunha já estaria no local para levá-lo até um ônibus (saiba mais aqui). Meses depois, em 13 de julho deste ano, o doleiro Lúcio Funaro disse que costumava entregar "malas ou sacolas de dinheiro" para o peemedebista. Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), o doleiro disse que "fez várias viagens em seu avião ou em voos fretados, para entregar malas de dinheiro para Geddel Vieira Lima; que essas entregas eram feitas na sala VIP do hangar Aerostar, localizada no aeroporto de Salvador, diretamente nas mãos de Geddel" (saiba mais aqui). Apontado como operador de propina do PMDB, Funaro fechou delação premiada com o MPF. O acordo foi homologado pelo ministro Edson Fachin nesta terça (5). Desta vez, o apartamento onde foi encontrado o bunker foi alvo de apreensão determinada na Operação Tesouro Perdido, terceira fase da Cui Bono?. O juiz Vallisney de Souza Oliveira, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), de Brasília, determinou também a apreensão de HDs das câmeras de segurança do prédio, a fim de descobrir quem levou o montante para o imóvel (saiba mais aqui). Embora não seja de propriedade do ex-ministro, o apartamento era cedido a Geddel para guardar pertences de seu falecido pai. Até o momento, o peemedebista permanece em prisão domiciliar, em Salvador. BN
Nenhum comentário:
Postar um comentário