A Polícia Federal tem enfrentado dificuldades para acessar o material contido nos aparelhos eletrônicos de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima. Os dados do amigo do presidente Michel Temer estão protegidos e, para serem recuperados, precisam de técnicas especiais. De acordo com O Globo, a adoção das manobras não garantem sucesso. Ao contrário, podem até destruir as informações contidas nos aparelhos. A PF pediu autorização do ministro Edson Fachin, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), para o procedimento. O delegado Josélio Azevedo de Sousa assinou o documento em 25 de julho, mas foi entregue ao STF apenas em 3 de agosto. Outros dados foram extraídos pela PF, mas não há ainda informações disponíveis sobre o seu conteúdo. Sabe-se que foram analisados um celular Samsung, um iPhone, um iPad, um MacBook, um notebook Dell e cinco pen drives. Os principais problemas no iPhone e no iPad, listados nos itens 2 e 3 do rol de bens apreendidos. "Quanto aos e-mails armazenados nos equipamentos referentes aos itens 02 e 03, é importante destacar que foram extraídas somente informações de data/hora, assunto, remetente e destinatário. O conteúdo (corpo) dos e-mails não foi extraído devido à impossibilidade de acesso à área de memória protegida do equipamento. Para acesso a esses dados, é necessário realizar uma técnica de desbloqueio conhecida como 'Jailbreak'. Tal procedimento apresenta riscos quanto à integridade dos dados, podendo os mesmos serem apagados, ou até mesmo ocorrer a inutilização do aparelho", diz trecho do relatório da PF, assinado pelo perito criminal Ronei Maia Salvatori. Também foram registrados problemas para recuperar dados do celular da Samsung, porque o WhatsApp instalado no aparelho não exibia mensagens. "É importante destacar que eventuais mensagens existentes ou apagadas não foram extraídas devido à impossibilidade de acesso à área de memória protegida do equipamento. Para acesso a esses dados é necessário realizar uma técncia de desbloqueio conhecida como 'root'. Tal procedimento apresenta riscos quanto à integridade dos dados, podendo os mesmos serem apagados, ou até mesmo ocorrer a inutilização do aparelho", continua o relatório. O coronel Lima passou a ser alvo da Lava Jato depois que executivos da JBS citaram seu nome. Florisvaldo Caetano de Oliveira disse ter levado uma caixa com R$ 1 milhão a um homem conhecido como "coronel" em 2014. Outro delator, Ricardo Saud, disse que trata-se do coronel Lima e que o dinheiro tinha como destino Temer - na época, vice-presidente da República. O montante, inclusive, teria sido "roubado" por Temer, que guardou o dinheiro ao invés de gastá-lo na campanha daquele ano, conforme combinado com o PT. Temer nega as acusações. BN
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