Daniela Carasco*Do UOL, em São Paulo
Getty Images
Odor vaginal é levemente ácido e muda de acordo com a alimentação e o ciclo menstrual
Sabonete íntimo, desodorante vaginal, gel perfumado, lenço umedecido, protetor diário de calcinha e até perfume. O que não faltam nas prateleiras das farmácias são opções de produtos que prometem "uma vagina limpinha e cheirosa". A prova de que o órgão sexual feminino, assim como o seu odor característico, ainda é tabu. E isso precisa acabar, fazem coro as especialistas.
A médica da família e comunidade Aline de Souza Oliveira, que atende no Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, em São Paulo, usa a experiência pessoal para chamar atenção para o assunto. Em sua primeira visita ao ginecologista, quando ainda era virgem, ouviu que seu corrimento era falta de higiene. "Foi tão dramático para mim, sofri por anos depois de ouvir aquilo. Socialmente, a mulher limpinha é aquela que toma conta da sua própria vagina e mantém seu odor sempre agradável."
Fato é que, se todas as secreções do corpo têm cheiro, com a vagina não seria diferente. "Dá pra afirmar que ele é levemente ácido, como o ph da região, e muda de acordo com a alimentação e o ciclo menstrual de cada mulher. Natural, sutil e nada desagradável", esclarece a ginecologista e obstetra Bruna Wunderlich, que condena o uso de qualquer produto que o mascare.
Em seu consultório, o que não falta é queixa sobre o assunto. "As pacientes mais cismadas são aquelas que ouviram, desde a primeira menstruação, que o sangramento é nojento e sujo. Precisa estar sempre escondido e abafado. Um segundo grupo é formado por aquelas que têm parceiros que reclamam na hora do sexo. Já ouvi de meninas jovens que o namorado só transa depois que ela se lava." CONTINUE LENDO
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