Em depoimento à Justiça Federal, o empresário Fernando Cavendish afirmou nesta segunda-feira (7) que o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), cobrou 5% em propina para que a empresa Delta Construções integrasse o consórcio para reforma do estádio Maracanã. Ele confirmou ter pago a propina, mas não disse o valor. "Fui a ele [Cabral] conversar sobre a obra do Maracanã, para que minha empresa participasse do consórcio. O então governador entendeu meu pedido. Mas disse que tinha um acerto de 5% com a Andrade Gutierrez nesse projeto, e que seria necessário [pagar] esses 5% de propina", declarou o empresário, em depoimento ao juiz Marcelo Bretas no âmbito da Operação Saqueador, que investiga a lavagem de dinheiro de R$ 370 milhões entre 2007 e 2012. Cavendish negou que o recurso tenha sido pago como caixa dois de campanha eleitoral. "No meu caso não foi para campanha. Nem tinha campanha em 2011. Foi pelas obras", disse o empresário. Ele declarou que a propina foi repassada em dinheiro até que a empresa saísse do consórcio em 2012, após a Delta entrar em crise por causa da CPI do Cachoeira. A reforma foi encerrada em 2014. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Cavendish, entretanto, seguiu orientação dos advogados e não respondeu sobre a joia que comprou em 2009 para a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, a pedido de Cabral, em Mônaco. Ainda de acordo com a publicação, nenhum outro político foi citado pelo empresário e disse que a maior parte dos R$ 370 milhões foi usado em pagamentos corriqueiros “por fora”, tais como "complementação salarial" de funcionários, alimentação, locação de carros e pequenos serviços. BN
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