Alçado à presidência da Petrobras já em meio à Lava Jato, Aldemir Bendine assumiu a estatal em 2015 com a missão de reverter o desgaste causado pelas investigações e pela antecessora, Graça Foster. Na época, dentro do esforço de mostrar que a roubalheira era página virada, chegou a dar palestras para os funcionários da empresa sobre assunto e lançou um programa de prevenção da corrupção.
O texto do documento que norteava o programa contrasta com a atual situação de Bendine, hoje preso pela 42ª fase da Lava Jato. Em carta assinada pelo próprio, o então presidente da estatal diz que a corrupção é “nociva para toda a sociedade”. As informações são do Blog do Lauro Jardim.
“Tendo em vista a relevância que a Petrobras tem para o Brasil, acreditamos que podemos influenciar a cadeia de valor que operamos, incentivando a adoção de iniciativas que promovam a realização de negócios transparentes, honestos e sustentáveis”, afirma. Ele encerra dizendo ainda que “todos, sem exceção” devem adotar o “mais elevado comportamento ético”, a fim de reafirmar o compromisso “com a tolerância zero à fraude, à corrupção e à lavagem de dinheiro”.
As apurações do Ministério Público Federal parecem mostrar que Bendine acreditava poder ser a exceção à política de tolerância zero. De acordo com os procuradores, o ex-presidente da Petrobras recebeu pelo menos três pagamentos enquanto comandava a estatal.
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