por Daiene Cardoso, Isadora Peron e Tânia Monteiro | Estadão Conteúdo
Foto: Marcos Corrêa/ PR
Com a perspectiva de derrota na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a base do governo prepara uma série de mudanças na composição do colegiado na próxima semana para garantir votos contra a admissibilidade da denúncia que acusa o presidente Michel Temer de corrupção passiva. O vice-líder da bancada do PMDB, Carlos Marun (MS), será alçado ao posto de titular no lugar de José Fogaça (PMDB-RS). Membro da "tropa de choque" do governo, Marun abriu a temporada de trocas na comissão quando foi colocado na suplência no lugar de Valtenir Pereira (MT), que trocou o PMDB pelo PSB. O PTB também pretende tirar Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), notório opositor do governo, da titularidade da comissão. Faria de Sá vai para suplência no lugar de Giovani Cherini (PR-RS) e para a vaga de titular do PTB será designado Nelson Marquezelli (PTB-SP). Na bancada do PSD, Evandro Roman (PSD-PR) substituirá Expedito Netto (PSD-RO) como titular. O esforço dos partidos da base aliada é garantir que governistas tenham prioridade de voto na apreciação do relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ). Como a perspectiva é de que o parecer será pela admissibilidade da denúncia, os governistas atuam para reverter o cenário ruim e avisam que podem fazer mais substituições. Só o Solidariedade fez quatro trocas nos últimos dias. Primeiro saiu Major Olímpio (SD-SP), que votaria contra o governo, e entrou o líder da bancada, Áureo (SD-RJ), na vaga do titular. Olímpio foi para a suplência. Na sequência, Áureo deixou a vaga de titular e indicou Laércio Oliveira (SD-SE), reconhecido governista, para votar como titular. Em uma vaga de suplente cedida pelo PROS, o Solidariedade formalizou a indicação de Wladimir Costa (SD-PA). Costa ficou conhecido na Casa por ser defensor do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética mas, no dia da votação da cassação no colegiado, mudou de posição diante da pressão da opinião pública. Após intensa mobilização dos líderes da base, a Câmara conseguiu atingir o quórum mínimo de 51 deputados para que a sessão plenária desta sexta-feira (7) contasse como prazo para a tramitação da denúncia. O governo tem pressa em liquidar o processo e não atrasar o cronograma previsto para votação da denúncia. Às 10h15, 71 parlamentares haviam marcado presença, quórum considerado alto para uma sexta-feira. Pelo regimento interno da Câmara, a CCJ tem até cinco sessões para aprovar o parecer que será levado ao plenário. Até agora, duas sessões foram contabilizadas. BN
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