O empresário do ramo de calçados Roberto Silva, de 61 anos, pai da comissária Madalena Silva, de 20 anos, uma das vítimas do acidente, mudou-se com a esposa Therezinha, de 56 anos, e a filha mais nova Soélen, da cidade de Dois Irmãos, a 45 quilômetros do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, para São Paulo. Vive atualmente em um apartamento a poucos metros do aeroporto de Congonhas, onde ocorreu a tragédia.
Todas as terças-feiras, dia da semana em que ocorreu o acidente, Roberto visita a área de desembarque do aeroporto de Congonhas. Há dez anos, no mesmo horário da tragédia, por volta das 18h49, Roberto vai ao local. “Ali era o trabalho da nossa filha. Eu vou toda terça-feira, quando estou em São Paulo, ao aeroporto, principalmente na área de desembarque, e fico imaginando a minha filha descendo ali”, disse. “Daria tudo que a gente tem por um milagre, para ter a Madalena de volta.” http://180graus.com
“Até hoje, passados 10 anos, não tem um dia em que eu não chore de saudade da minha filha”, disse Roberto. “E dormimos muito pouco”, acrescenta a mãe, que é voluntária da Cruz Vermelha. “Tem dias que sangra muito. E tem dias que conseguimos amenizar. Mas é complicado. Isso vai ser para o resto da vida, a imagem dela. Eu queria reconhecer [o corpo dela, que demorou 26 dias para ser identificado], mas não deixaram. Então, a imagem que ficou é dela sorridente.”
Madalena era uma dos 25 tripulantes e funcionários da TAM que estavam no voo, embora não estivesse trabalhando naquela noite. Fazia apenas 10 meses que ela trabalhava como comissária na companhia.
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