A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira (4) que testou com sucesso um míssil balístico intercontinental (ICBM), "capaz de alcançar qualquer parte do mundo". A emissora estatal "KCTV" informou o míssil novo, batizado como Hwasong-14, alcançou uma altura máxima de 2.802 km e percorreu 933 km em 39 minutos e caiu no Mar do Japão.
No anúncio, realizado pela locutora Ri Chun-hee, responsável por dar as notícias mais importantes do regime, explicou que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, deu pessoalmente a ordem para lançar o projétil. O canal exibiu imagens da ordem de Kim Jong-Un, com data de segunda e escrita a mão, na qual o dirigente determina o teste.
"A República Popular Democrática da Coreia [nome oficial do país] tornou-se uma potência nuclear imponente com o mais poderoso dos ICBM capaz de atingir qualquer parte do mundo", disse a apresentadora. "O teste com êxito de um ICBM é um avanço maior na história de nossa república", completou a emissora.
O teste seria um grande avanço dentro do programa armamentístico norte-coreano, que pretende desenvolver mísseis ICBM capazes de equipar bombas nucleares e alcançar o território americano. Os Estados Unidos e a Rússia afirmam, no entanto, que o dispositivo se trata de um míssil de alcance médio. Ambos os países garantem que o teste não colocou em risco seus territórios.
Anteriormente, a Coreia do Sul informou que a Coreia do Norte lançou um novo míssil balístico, a partir de uma localidade de Banghyon, província de North Pyongan, por volta das 9h40. O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou a atitude de Pyongyang em seu Twitter. "Esse cara nãoi tem mais nada de melhor para fazer da vida?", questionou, a respeito de Kim Jong-Un.
"É difícil acreditar que Japão e Coreia do Sul vão suportar isto por muito mais tempo", completou. "Talvez a China faça um movimento duro com a Coreia do Norte e acabe com este absurdo de uma vez por todas", escreveu em outro tuíte. David Wright, analista da ONG Union of Concerned Scientists, afirmou que a Coreia do Norte conseguiu aumentar o alcance de seus mísseis e este último foguete, por suas características, poderia ter atingido "qualquer ponto do Alasca".
O Comando dos Estados Unidos no Pacífico informou que o míssil lançado a partir da terra, de médio alcance, não representou uma ameaça para o país. Na semana passada, durante encontro com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, na Casa Branca, o mandatário americano já havia falado sobre a tensão na Coreia do Norte.
Na ocasião, Trump afirmou que os programas nuclear e de mísseis balísticos do país requerem uma "resposta determinada" e que a era de "paciência estratégica" com o governo norte-coreano acabou. “A era de paciência estratégica com o regime da Coreia do Norte tem fracassado... Francamente, essa paciência acabou”, disse Trump.
“Nós estamos trabalhando intimamente com a Coreia do Sul e com o Japão, assim como com parceiros por todo o mundo, em uma gama de medidas diplomáticas, de segurança e econômicas para proteger nossos aliados e nossos próprios cidadãos dessa ameaça conhecida como Coreia do Norte”, acrescentou o presidente dos EUA. Pyongyang lançou vários mísseis desde a chegada ao poder de Moon, favorável a mais sanções para impedir que o país vizinho desenvolva seu arsenal nuclear, mas que também não fechou a porta ao diálogo. Fonte: G1
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