Nove anos após ser condenado por Moro, Beira-Mar repete tráfico em presídio federal
Flávio Costa*Do UOL, em São Paulo
Arte UOL
Sergio Moro condenou em 2008 o traficante Beira-Mar a 29 anos de prisão
Para seus subordinados, ele é o "Menino", o "Pai", o "Avô", o "Patrão". A opinião pública o reconhece como o traficante mais famoso do Brasil. Já a Justiça o classifica como um criminoso reincidente.
O detento Luiz Fernando da Costa, 50, conhecido pelo apelido de Fernandinho Beira-Mar, completa nesta terça-feira (18) exatos 11 anos cumprindo pena no sistema penitenciário federal.
Neste período, mesmo enclausurado em presídios de segurança máxima, ele foi condenado no ano de 2008 pelo juiz Sergio Moro por comandar uma quadrilha de tráfico de drogas, a partir de sua cela.
Pelas circunstâncias dos crimes, é de se concluir que o condenado faz do crime a sua profissão
Juiz Sergio Moro, em sentença em que condenou Beira-Mar
Em maio de 2017, nove anos após essa condenação, Beira-Mar foi flagrado novamente liderando um esquema idêntico em outra penitenciária federal. Segundo a PF, o grupo movimentou valores superiores a R$ 9 milhões, com ordens recebidas pela troca de bilhetes de dentro do presídio.
Um dos objetivos da criação de presídios federais é o de isolar líderes das facções criminosas e diminuir seu poder de influência nos sistemas penitenciários de origem. "Porém, sem a proibição permanente das visitas íntimas e sociais, esse objetivo não é alcançado", diz Carlos Augusto Machado, presidente do sindicato dos agentes penitenciários federais no Paraná.
Separadas por uma década, as operações Fênix e Epístolas demonstraram que Beira-Mar, um dos chefes da facção Comando Vermelho, burlou a vigilância federal, utilizando-se das visitas recebidas por ele e por outros presos nos presídios de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO). Atualmente ele está na unidade prisional de Mossoró (RN). LEIA TUDO
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