Além disso, também foram obtidos dados de nascimentos referentes a 11 capitais
Atualmente, dados ainda preliminares obtidos pelo G1 sugerem uma redução do número de nascidos vivos a partir do segundo semestre de 2016 em todo o país, em comparação com os anos anteriores, precisamente nove meses depois do início da emergência por zika e microcefalia no país.
O G1 solicitou os dados de nascidos vivos por mês, de 2013 a 2016, ao Ministério da Saúde e às secretarias de saúde em todo o país. Recebemos do ministério os dados nacionais de nascimentos e, das secretarias, os números específicos referentes a 10 estados. As informações estão representadas no infográfico. Além disso, também foram obtidos dados de nascimentos referentes a 11 capitais.
Há algumas limitações em relação a esses números. O registro de nascidos vivos não é imediato: existe um período de latência entre o nascimento ocorrer, ser registrado pelos municípios e essa informação ser inserida no sistema nacional. Portanto, nascimentos ocorridos em 2016 podem ainda não constar no sistema, especialmente aqueles ocorridos no segundo semestre.
A reportagem detalha que se os dados consolidados de nascimentos no Brasil de 2016 se mantiverem estáveis mesmo após a contabilização de registros tardios, eles revelarão uma queda estatisticamente significativa a partir do segundo semestre, segundo Fredi Quijano, professor do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), que iniciou uma busca por informações atualizadas sobre nascimentos no Brasil em 2016.
De acordo com o site, ele lembra que essa redução pode ter outros fatores envolvidos, como a crise econômica e a instabilidade política, que podem fazer com que as famílias se sintam mais inseguras para ter filhos.
Por outro lado, o fato de estados especialmente afetados por ocorrências de zika e microcefalia terem tido uma queda maior torna plausível a hipótese de que o zika teve um papel importante. “A gente ainda tem que conferir a qualidade dos dados e não se pode descartar outras explicações, mas, se for essa a razão, é um achado bem interessante que fala do impacto que pode ter sobre a comunidade uma situação de pânico e de alarme associado a um evento epidemiológico como a epidemia por zika”, diz Quijano.
Em nota, o Ministério da Saúde esclareceu que “não é possível, neste momento, estabelecer relação entre o número de nascidos vivos e a microcefalia” devido ao caráter preliminar dos dados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário