por Bruno Luiz
Foto: Lula Marques/ Agência PT
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República divulgou na tarde deste sábado (17) uma nota confirmando a informação de que o presidente Michel Temer vai processar o dono do grupo J&F, Joesley Batista (veja aqui), pela entrevista concedida à revista Época, na qual o empresário acusa o peemedebista de liderar a “maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil” (leia aqui). No texto, a Presidência chama Batista de “bandido notório” e o acusa de "desfiar mentiras" na entrevista e aponta "inverdades" que teriam sido narradas por Joesley à revista. "Em entrevista, ele diz que o presidente sempre pede algo a ele nas conversas que tiveram. Não é do feitio do presidente tal comportamento mendicante. Quando se encontraram, não se ouve ou se registra nenhum pedido do presidente a ele. E, sim, o contrário. Era Joesley quem queria resolver seus problemas no governo, e pede seguidamente. Não foi atendido antes, muito menos depois", afirma a nota. O posicionamento do Planalto também criticou o acordo de delação premiada selado entre Joesley e o Ministério Público Federal. "Ao delatar o presidente, em gravação que confesa alguns de seus pequenos delitos, alcançou o perdão por todos seus crimes. [...] Os fatos elencados demonstram que o senhor Joesley Batista é o bandido notório de maior sucesso na história brasileira. Conseguiu enriquecer com práticas pelas quais não responderá e mantém hoje seu patrimônio no exterior com o aval da Justiça", diz a nota de Temer. “[Joesley] Obtém perdão pelos seus delitos e ganha prazo de 300 meses para devolver o dinheiro da corrupção que o tornou bilionário, e com juros subsidiados. Pagará, anualmente, menos de um dia do faturamento de seu grupo para se livrar da cadeia. O cidadão que renegociar os impostos com a Receita Federal, em situação legítima e legal, não conseguirá metade desse prazo e pagará juros muito maiores”. O texto ainda diz que a JBS construiu sua história com “governos do passado”, uma referência indireta às gestões petistas, “muito antes que o presidente Michel Temer chegasse ao Palácio do Planalto”. “Toda essa história de ‘sucesso’ é preservada nos depoimentos e nas entrevistas do senhor Joesley Batista”, afirma a Presidência, ao sugerir que o empresário tentou livrar os ex-presidentes Dilma e Lula de acusações. “Os reais parceiros de sua trajetória de pilhagens, os verdadeiros contatos de seu submundo, as conversas realmente comprometedoras com os sicários que o acompanhavam, os grandes tentáculos da organização criminosa que ele ajudou a forjar ficam em segundo plano, estrategicamente protegidos”, segue a nota. BN
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