Imagine que você tenha um teste com 20 problemas simples de matemática. Você tem 5 minutos para resolver o máximo possível – e quanto melhor você for, mais dinheiro você receberá.
Quando o tempo acabar, você está instruído a deixar o papel em uma trituradora. Porém ele não será realmente destruído. Esse foi o teste criado pelos pesquisadores da Duke University para estudar sobre a desonestidade humana. Esse tema veio à tona porque segundo a National Geographic, “intromissão e desonestidade fazem parte do que nos torna humanos”. O escritor Yudhijit Bhattacharjee explora a psicologia, a neurociência e a arte para explicar “Por que mentimos: a ciência por trás de nossas maneiras enganosas”.
Os pesquisadores pensam que no momento em que conseguimos falar, já estamos torcendo a verdade. “A capacidade de manipular os outros sem usar força física provavelmente conferiu uma vantagem na competição por recursos e companheiros, semelhante à evolução de estratégias enganosas no reino animal, como a camuflagem”, escreve Bhattacharjee. Hoje em dia, parece haver quatro razões principais pelas quais mentimos: promover, proteger, afetar os outros ou ser gentil ou cruel.
As crianças são menos propensas a mentir, provavelmente porque ainda estão aprendendo. Em um experimento na Universidade de Toronto, diversas crianças foram convidadas a adivinhar a identidade de um brinquedo escondido. O experimentador sempre saía da sala para fazer um telefonema – oque é, é claro, uma mentira – e pede ao garoto que não olhe. “A maioria das crianças não consegue resistir”, escreve Bhattacharjee, mas a maneira como elas reagiam depois variava de acordo com a idade.
As crianças mais novas geralmente admitiam ter dado uma olhada, enquanto cerca de 80%das crianças como cerca de oito anos de idade afirmaram que não. Elas também se tornam cada vez mais espertas sobre encobrir seu comportamento. As crianças mais jovens que mentiram geralmente davam a resposta correta sobre o brinquedo, enquanto as mais velhas começam com a resposta errada.
Além disso, estudos em adultos mostraram que os cérebros continuam a ser mais adeptos da mentira ao longo do tempo. Dessa forma, aparentemente nos tornamos mais mentirosos e confiantes ao longo do tempo. “Sem a confiança implícita que colocamos na comunicação humana, seríamos paralisados como indivíduos e deixaríamos de ter relações sociais”, completa Bhattacharjee. Artigo originalmente publicado no The Washington Post.
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