Por Anna Ruth
Do Estado de Minas:
A Procuradoria-geral da República (PGR) rebateu as acusações feitas pelo presidente Michel Temer (PMDB) sobre falta de provas na denúncia que o acusa de corrupção passiva. Em nota, a PGR afirma que o caso apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) está baseado em “fartos elementos de prova” e que os materiais coletados “não deixam dúvidas sobre a materialidade e a autoria do crime”.
Em pronunciamento feito na tarde desta terça-feira, Temer disse que está sendo vítima de fato político e a que a denúncia assinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é “ilação” e “não apresenta fatos concretos”.
Ainda sobre as insinuações feitas por Temer, a PGR afirma que Rodrigo Janot “pauta-se por atuação técnica no estrito rigor da lei”. “Rodrigo Janot cumpre à risca o comando constitucional de que ninguém está acima da lei ou fora do seu alcance, cuja transgressão requer o pleno funcionamento das instituições para buscar as devidas punições. Se assim não fosse, não haveria um Estado Democrático de Direito.”, afirma a nota.
Por fim, a Procuradoria informa que o ex-procurador Marcelo Miller deixou a PGR em fevereiro deste ano, mas que antes disso já não atuava direitamente na Lava-Jato, sendo apenas convocado, eventualmente, como membro “colaborador”.
“Ele integrou a Assessoria Criminal do procurador-geral da República de setembro de 2013 a maio de 2015. De maio de 2015 a julho de 2016, ele foi designado para integrar o Grupo de Trabalho da Operação Lava Jato na PGR, em Brasília. A partir de 4 de julho de 2016, ele voltou a ser lotado na PR/RJ, com processos distribuídos ao seu ofício, atuando junto ao Grupo de Trabalho somente como membro colaborador. Ele solicitou exoneração do cargo de procurador da República em 23 de fevereiro de 2017, a qual foi efetivada em 5 de abril de 2017.”, afirma a PGR.
Na fala de hoje mais cedo, Temer usou boa parte do tempo para insinuar que o procurador-geral da república, Rodrigo Janot, teria recebido valor indiretamente de um dos advogados de escritório especializado em fechar acordos de delação. Marcelo Miller já foi procurador e era muito próximo de Janot e deixou o cargo para atuar na iniciativa privada.
“Este senhor, que acabei de mencionar, deixa um emprego que é um sonho de milhares de jovens, abandona a Procuradoria para ir para uma empresa que faz delação premiada ao procurador-geral. Mas vocês sabem que há quarentena. Mas não houve quarentena nenhuma.”, disse, insinuando que Muller pudesse estar repassando valores a Janot.
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