Os procedimentos intervencionistas ou menos invasivos ganham cada vez mais espaço na medicina. No campo da cardiologia, há algum tempo, as cirurgias de revascularização (ponte de safena ou mamária) perderam espaço para a angioplastia e pesquisas indicam que esta tende a ser substituída, sempre que possível, pelos tratamentos clínicos, com remédios.
Entretanto, essa última opção não é uma possibilidade para todos. Em pacientes com obstrução total crônica – quando uma artéria está há mais de três meses completamente obstruída pelo acúmulo de colesterol, placas de tecido fibroso e outras substâncias, como cálcio – e sintomas de isquemia grave, como angina (dor ou desconforto no peito), falta de ar e cansaço, a administração de medicamentos poderá não ser suficiente para lhes devolver a qualidade de vida.
Felizmente, uma técnica desenvolvida no Japão surge como uma nova esperança para estes casos. Chamada de cart reverso ou abordagem retrógrada, o método, que é um aprimoramento da angioplastia tradicional, é capaz de alcançar, nas mãos de um profissional experiente, uma taxa de sucesso de 90% na remoção de obstruções totais crônicas graves, contra cerca de 70% do método tradicional.
A inovação consiste em desobstruir a oclusão de baixo para cima. Tradicionalmente, isso é feito de cima para baixo (anterógrada), no sentido do fluxo sanguíneo. Segundo Marcelo Harda Ribeiro, cardiologista intervencionista do Hospital SOS Cardio e médico pesquisador pelo Hospital Israelita Albert Einstein, a probabilidade de desobstrução no sentido contrário ao fluxo sanguíneo é maior porque, nessa região, a placa tem menos fibrose e cálcio, o que facilita a abertura com o cateter e a colocação do stent, que esmaga a placa de gordura e previne novos acúmulos. Fonte G1
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