por Fernando Duarte
O Brasil é o país do futuro. Há quantas gerações esse mantra é repetido? Qualquer um leu ou ouviu isso em algum momento da vida. Um ex-presidente foi alvo de impeachment e teve direitos políticos cassados por alguns anos. Voltou à cena e foi eleito senador. O morador do Palácio antes dele ficou muitos anos nas imediações do poder, virou senador por um estado em que nunca morou e se retirou oficialmente da vida pública há pouco tempo, mas deixou herdeiros espalhados até por ministérios e governos. O imediatamente posterior ao dono da Dinda virou herói nacional, afinal morrer no Brasil é se tornar eterno apenas por bondades. O pai do Real passou oito anos no poder, após articular uma mudança constitucional que permitisse a perpetuação dele no cargo por um segundo mandato. Como chegou a essa mudança, com a configuração do Congresso Nacional como se conhece, não é preciso se pensar tanto. Aí, o país mudou. Veio o sentimento de que tudo seria diferente. O homem do povo finalmente chegou ao poder. Para se perpetuar, teria agido como todos os anteriores, alvos de tantas críticas dele próprio. Elegeu a primeira mulher. Era, finalmente, o tal futuro propagado para as juventudes de gerações e gerações. E, assim como os outros, ela caiu em desgraça ao integrar e participar das castas políticas que também criticava. Sob discurso moralizador, para retirar o fantasma dos monstros que ocupavam o Palácio, chegou a vez de o mordomo ocupar a casa. Fez a faxina esperada? Bebeu do ouro negro tanto quanto os outros, passeou de jatinhos e teve encontros que não deveria e, tal qual seus antecessores, vai continuar andando às turras para a democracia. O Brasil é o país do futuro? Faz de conta que o Brasil não é o Brasil então. Este trecho integra o comentário para a RBN Digital que foi ao ar às 07h, com reprise às 12h30. BN
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