Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
A delação premiada do marqueteiro Duda Mendonça atinge um dos principais aliados do presidente Michel Temer, o deputado federal Baleia Rossi (PMDB-SP). A Ilha Produção, uma empresa de produção audiovisual da família do líder do partido na Câmara, teria recebido R$ 4 milhões em caixa dois na campanha eleitoral de Paulo Skaf (PMDB), presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ao governo de São Paulo, em 2014. Segundo Duda, o dinheiro teve como origem a Odebrecht e foi entregue em diversos hotéis da capital paulista. De acordo com a Folha, o acordo com a Polícia Federal já está no gabinete do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda conforme a publicação, Duda Mendonça disse ter ouvido Skaf falar que houve "uma pressão do PMDB, mais particularmente do deputado Baleia" para contratação da Ilha Produção. Embora citado nominalmente na delação, Baleia pode não ser investigado porque a Procuradoria-Geral da República, que investiga Temer em decorrência da delação da JBS, é contrária ao acordo com a PF. A Procuradoria pediu formalmente a Fachin que desautorize a colaboração, alegando que cabe apenas ao Ministério Público negociar e celebrar delações premiadas. Fachin deverá decidir se concorda com os argumentos ou se entende que a polícia também tem o direito de promover esse tipo de negociações. O deputado Baleia Rossi afirmou que o acordo de colaboração do marqueteiro "foi desaprovado pelo Ministério Público Federal", o que pode ser visto como "indício de que as declarações são ilógicas ou inverídicas". Além disso, o peemedebista negou que tenha conversado com Duda Mendonça. A Ilha Produção afirmou em nota que foi um dos fornecedores que prestou serviço à campanha de Skaf e consequentemente ao marqueteiro também, mas as afirmações de caixa dois são "absolutamente absurdas e mentirosas". "Todos os recebimentos referentes aos serviços prestados foram devidamente registrados na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral", diz a nota, por meio da qual a empresa também nega que o deputado ou "qualquer representante do partido" tenham "pressionado" Skaf para contratação da Ilha. Também por meio de nota, o presidente da Fiesp afirmou que todas as doações recebidas pela campanha estão registradas na Justiça Eleitoral. A PGR disse que não ia se manifestar sobre o assunto porque o caso corre sob sigilo. BN
Nenhum comentário:
Postar um comentário