Cientistas da Universidade de Pittsburgh criaram um teste altamente avançado para analisar vestígios suprimidos do vírus HIV dentro das células.
Provavelmente o mais preciso do momento, ele é capaz de detectar até os traços mais ocultos do vírus. O HIV é capaz de se esconder de forma latente em células imunes, de modo que, até agora, nada poderia detectá-lo. O teste em questão foi capaz de revelar níveis elevados do vírus em pacientes que supostamente estariam com carga viral reduzida. Este poderia ser um avanço fundamental para os tratamentos atuais e nossa compreensão de como o HIV se esconde no corpo.
Os métodos de tratamento avançaram para um ponto em que os pacientes podem suprimir sua carga viral, e por isso o vírus se torna indetectável e não transmissível por via sexual. No entanto, não há testes que sejam específicos o suficiente para provar que o vírus foi completamente eliminado. Contudo, uma equipe de cientistas da Escola Superior de Saúde Pública da Universidade de Pittsburgh (UP), afirmou ter feito um avanço em relação a isso.
Em um artigo publicado na revista Nature Medicine, eles relataram ter criado um teste suficientemente sensível para detectar o HIV “escondido”. O teste, segundo eles, é mais rápido e menos dispendioso do que o modelo atual. “Globalmente, há esforços substanciais para curar as pessoas do HIV” disse o autor principal do estudo Dr. Phalguni Gupta, professor e vice-presidente do Departamento de Saúde Pública, Doenças Infecciosas e Microbiologia da UP. “Mas esses esforços não vão progredir se não tivermos testes que sejam sensíveis e práticos o suficiente para dizer aos médicos se alguém está realmente curado“.
Até o momento, o melhor teste do tipo disponível é o chamado ensaio de crescimento viral quantitativo (ou Q-VOA). No entanto, este é repleto de desvantagens, que incluem: o fornecimento de apenas uma estimativa mínima do tamanho da quantidade de vírus latente; requer um grande volume de sangue; é trabalhoso, demorado e caro. O teste desenvolvido pela equipe de Dr. Gupta, chamado de TZA, funciona através da detecção de um gene que é ativado apenas quando a replicação do HIV está ativa, marcando assim o vírus para que os cientistas possam quantificá-los.
Enquanto o Q-VOA precisa de duas semanas para ficar pronto, o TZA necessita de apenas uma, e em um terço do custo. Ele também requer uma amostragem de sangue menor e é menos trabalhoso. “Usamos este teste e demonstramos que pacientes assintomáticos em terapia antirretroviral possuem um reservatório de HIV muito maior do que as estimativas anteriores – até 70 vezes o que o teste Q-VOA estava detectando“, afirmou Dr. Gupta.
“Porque esses testes têm diferentes maneiras de medir o HIV que é capaz de replicar, é provável que ambos estejam disponíveis enquanto os cientistas se esforçam para uma cura“. Devido à baixa necessidade de células, o TZA também pode ser útil para a quantificação da replicação competente do HIV-1 na população pediátrica, bem como nos linfonodos e tecidos onde o vírus persiste. [ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ]
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