Edinho de volta à cadeia
Os inúmeros inconvenientes que Edson Nascimento teve que atravessar em sua vida foram duros, mas também o deixaram mais forte.
Edson Nascimento é filho de Pelé, a maior estrela do futebol brasileiro. Para muitos jovens, nascer sob os holofotes e com a vida ganha, pode não ser uma boa combinação. http://www.desafiomundial.com
Edinho sofreu por falta de carinho, por falta de apoio e por não ter vivido uma vida “normal”. Por conta de amizades estranhas, drogas e más decisões, ele acabou trilhando um mau caminho.
Confira a seguir a incrível história de Edinho e todos os seus acontecimentos.
Edson Cholbi Nascimento nasceu em Santos, São Paulo, dia 27 de agosto de 1970. Desde então, ele nunca foi apenas um menino, senão o filho da maior estrela do futebol brasileiro, um dos gigantes da história do futebol mundial. Sua mãe foi a primeira esposa do Rei, Rosemeri dos Reis Cholbi.
O menino, um dos seis filhos reconhecidos pelo jogador, nasceu um pouco mais de um mês depois que Pelé conquistou sua terceira Copa do Mundo, no estádio Azteca, na Cidade do México. Naquela final, o Brasil derrotou os locais por 4 a 1.
Os problemas gerados por seus pais
A relação entre Rosemeri Cholbi e Pelé foi conturbada, já que em 1993 um teste de DNA demonstrou um comportamento infiel do jogador. Havia tido uma filha com Anizia Machado, a faxineira da casa onde moravam. Já adulto, Edinho declarou: “Quando nos mudamos para Nova Iorque, meus pais se separaram, e eu e minha irmã fomos criados por uma mãe solteira num apartamento pequeno.”
Edinho não tinha contato com seu pai e quase não o via. “A gente se via só em alguns aniversários ou em alguma ocasião especial, uma ou duas vezes por ano.”
Uma infância dura
Segundo relata, para ele foi muito decepcionante crescer sem a figura paterna. “Criei um personagem negativo, não amava meu pai. Ele fazia minha mãe chorar e, por isso, era o vilão, o homem mau”.
Sua inserção social também foi difícil. Ele circulava por Manhattan e ia ao Harlem, um dos maiores centros de residências afro-americanas e nunca dizia a eles de quem era filho.
Depois de grande, fez do sul do Bronx seu lugar, sua casa. “Era Nova Iorque em 1980, um lugar complicado. Estabeleci minhas relações lá e me orgulho disso. Passei a ser respeitado nas ruas”.
Passou pelo basquete, beisebol e futebol. Depois, quando foi para o norte e mudou de escola, aproveitou o clima e andou de patinete e praticou hockey no gelo.
Aos 19 anos, o futebol tomou conta de sua vida, assim como aconteceu com seu pai. Entrou para o clube Vila Belmiro como um goleiro muito recomendado. Os jornalistas na época enfatizaram que o fato de ser filho de Pelé facilitou sua entrada, sobretudo porque sua estatura não era considerada adequada para um goleiro.
Seus problemas legais
Edinho teve problemas por ter participado de um racha em Santos, em outubro de 1992. Junto com um amigo, Marcilio José Marinho de Melo, disputavam uma corrida que acabou resultando no atropelamento e morte do transeunte Pedro Simões Neto, de 52 anos. Embora não haja sido ele o autor do atropelamento, os juízes consideraram que os participantes do pega foram igualmente responsáveis pelo falecimento da vítima.
Ele se defendeu: “Muitas pessoas que estiveram envolvidas criaram uma situação que não existia, fui o alvo por ser filho do meu pai”.
A justiça brasileira condenou tanto Edinho como seu amigo Marcilio a cumprir seis anos de prisão por homicídio em regime semiaberto. O juiz baseou sua decisão no fato de que ambos estavam cientes de que um racha poderia causar a morte de alguém.
Edinho desabafou: “Eu não estava preparado para isso porque não fiz nada de mau. Mas a justiça no Brasil é muito frágil e fácil de manipular”.
Suas reflexões sobre o que aconteceu
O filho de Pelé enfatizava o tragicômico de sua vida e mantinha o discurso de que ele não havia feito nada que o incriminasse. Nesse contexto, traçou um paralelo entre o que viveu no sul do Bronx e no Brasil: “Vim a Santos, sou famoso, sou um atleta vivendo pacificamente e, de repente, acontece tudo isso. Em Nova Iorque meus amigos eram pessoas fortes, enfrentavam situações muito mais complicadas do que as que eu enfrentava. É por isso que eu decidi não me dar por vencido”.
Em 2004, cinco anos depois do início da pena e faltando um ano para terminar de cumpri-la, a justiça brasileira voltou atrás e anulou a sentença de Edinho. A manobra foi conseguida pelo seu advogado, Antonio Oliveira, que defendeu não haver provas legais para condenar os dois supostos autores do crime. Ele argumentou: “Nenhuma testemunha confirmou que meu cliente participava de um racha”. O tribunal de São Paulo submeteu o pedido à votação e, por maioria, a sentença foi anulada e Edinho, absolvido.
Viver à sombra do pai
Edinho sentiu a pressão por ser filho de Pelé pela primeira vez quando chegou ao Brasil. Teve que aprender a viver à sombra do ídolo do país.
“Até esse momento, nunca havido tido que lidar com quem eu era e, de repente, tive que saber como resolvê-lo”, explicou. De um dia para o outro, ele virou “o filho de Pelé”, algo de que havia escapado em sua infância pela ausência do pai e por não morar no Brasil. “Mal cheguei ao Brasil e me dei conta da pressão que teria que encarar e, então, me foquei em mim.”
Edinho, diferente de seu pai, atuava como goleiro. Em 1990 assinou com o Santos, onde jogaria só uma temporada, para logo depois ir para a Portuguesa. Suas habilidades como goleiro não eram muito notáveis e, por isso, foi rodando de clube em clube; São Caetano e Ponte Preta entre eles.
Sua maior conquista no futebol foi o segundo lugar no Campeonato Brasileiro de 1995, na sua segunda etapa no Santos.
Aos 29 anos, sua carreira começou a descarrilar, abandonando o futebol em 1999 depois de ter jogado uma temporada no Ponte Preta, de Campinas.
Detido por tráfico de drogas
Depois de passar pelo primeiro incoveniente frente à lei, Edinho logo se meteu em mais problemas. Em 2005 foi preso em São Paulo por envolvimento com tráfico de drogas e sequestros. Junto a ele, um grupo de 20 pessoas suspeitas por essas manobras também foram detidas.
Sobre Edinho, incidia uma investigação por ter vínculos diretos com criminosos tanto em São Paulo como no Rio e, por isso, foi investigado. Também se atribuía a ele a participação no sequestro da mãe do jogador Robinho, em 2004.
A mãe de Robinho, Marina Souza, foi sequestrada em 2004 e permaneceu 41 dias privada de sua liberdade, sendo liberada depois do pagamento de um resgate de 200 mil dólares.
O ocorrido foi vinculado ao tráfico de drogas e a Edinho. Fontes do Departamento de Investigações sobre Narcóticos expressaram que um amigo de Robinho, Naldinho, fazia parte da quadrilha responsável pelo crime. Leia tudo em http://www.desafiomundial.com/edinho-de-volta-cadeia/14/
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