Julia Moretto / http://www.jornalciencia.com
A cada dia, a Ciência apresenta novas teorias e consequentemente, muda um pouco mais sobre o que entendemos da vida. Entretanto, tudo o que tem ligação com a sexualidade está deturpado pelo que a própria Biologia diz.
Um bom exemplo é o clitóris, que desde o século 19 foi afastado de livros científicos, devido à descoberta de que essa peça não interfere na reprodução. Por esse motivo, a pesquisadora francesa Odile Fidol criou um exemplar em três dimensões mostrando o que realmente é um clitóris. O objetivo é mostrar como este órgão realmente funciona durante as aulas de Ciências da Vida e da Terra em seu país.
Segundo a especialista, há uma visão errada sobre como funciona a genitália feminina, e isso deve ser ensinado para as meninas desde cedo. “É vital saber desde cedo que o equivalente ao genital masculino numa mulher não é a vagina, e sim, o clitóris”, explicou em seu comunicado ao Haut Conseil à l’egalité entre les femmes et les hommes.
O clitóris é uma peça maior do que podemos ver e atualmente sabemos ele surge das mesmas estruturas embrionárias masculinas, além de sua anatomia ser semelhante. A imagem abaixo mostra que a estrutura ocupa quase toda a vulva, a parte da frente da vagina, uma parte em volta da uretra e uma parte do períneo. Além disso, há ramificações espalhadas pelo começo das coxas.
Segundo os pesquisadores, as mulheres possuem um “sistema clitoridiano” que tem 18 estruturas anatômicas distintas. Nesta região, a parte mais sensível é que fica mais evidente e para fora (glande).
A estrutura é formada por um tecido erétil– parecido com o do genital masculino –e o Clitóris se enche de sangue e aumenta quando estimulado, da mesma forma que uma pequena ereção. Além disso, ele vem acompanhado de prepúcio, uma pele protetora que envolve a cabeça. A quantidade de tecido erétil em homens e mulheres é praticamente a mesma, sendo que a única diferença é a forma como esse tecido é distribuído e o funcionamento das válvulas.
O que faz com que as estruturas eréteis se ativem é a excitação. Neste processo elas se enchem de sangue e ficam inchadas e sensíveis.A excitação também proporciona o aumento da lubrificação natural da vagina. “As mulheres têm ereções quando são estimuladas, só que não são vistas porque o clitóris é interno”, contou Dr.ª Fidol. [ Diário de Biologia ] [ Fotos: Reprodução / Diário de Biologia ]
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