Há séculos, a gonorreia ou blenorragia, doença sexualmente transmissível, provocada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, aflige a humanidade. Antes do desenvolvimentos dos antibióticos, diversos tratamentos com drogas extremamente tóxicas, foram tentados e nem sempre com garantia de cura.
Parecia que tudo havia mudado com a introdução dos antibióticos, que embora tenham ocorrido a banalização do seu uso nas últimas décadas, havia a sensação de ter deixado a gonorreia como uma preocupação do passado, levando pessoas a tomarem até mesmo de forma "preventiva".
Porém, desde 2012, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem divulgado alertas sobre uma variante da bactéria que causa a gonorreia e que não responde ao tratamento disponível, o que nos remete a uma situação semelhante ao passado.
A primeira infecção com a nova variante da Neisseria gonorrhoeae, chamada H041, foi registrada no Japão em 2008 e casos de resistência da gonorreia ao antibiótico cefalosporina já foram registrados em vários países, incluindo Austrália, França, Japão, Noruega, Suécia e Reino Unido. É importante considerar que não existem novas drogas terapêuticas em desenvolvimento na classe dos antibióticos.
A OMS estima que 106 milhões de pessoas são infectadas todos os anos com a gonorreia, que é transmitida sexualmente e casos esta variante resistente a vários dos antibióticos mais comuns usados no tratamento, incluindo penicilina, tetraciclinas e quinolonas, tornando-a novamente intratável, as implicações para a saúde serão significativas.
Uma infecção gonocócica não tratada pode causar problemas de saúde em homens, mulheres e recém-nascidos, incluindo:
- infecção da uretra colo do útero e do reto;
- infertilidade em homens e mulheres;
- um risco significativamente maior de infecção e de transmissão do HIV;
- gravidez ectópica, aborto espontâneo, natimortos e partos prematuros, e
- infecções oculares graves ocorrem em 30-50% dos bebês nascidos de mulheres com gonorreia não tratada, o que pode levar à cegueira. Fonte: Diário da Saúde
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