ADRIANA CRUZ
Rio - O ex-governador Sérgio Cabral foi fundamental para o grupo JBS ganhar sem gastar um centavo a fábrica abandonada pela BRF, empreendimento, em Piraí, em junho de 2014, com direito a incentivos fiscais de R$ 1,5 milhão. As negociações começaram em 2012.
“Só tratei de propina com o Sérgio Cabral”, contou o diretor Ricardo Saud, diretor da JBS, em depoimento à Procuradoria-Geral da República. “Nem nós acreditávamos que conseguiríamos”, revelou Saud. Mas a contrapartida que Cabral queria era de R$ 30 milhões até R$ 40 milhões, valores de propinas considerados altos pelo delator à época, que aceitou pagar em torno de R$ 27,5 milhões.
Segundo delator, recursos da JBS pedidos como contrapartida por Cabral teriam irrigado campanha de PezãoValter Campanato / Agência Brasil
“Uma parte seria para eleição de Pezão e outra para eleger deputados que Cabral queria”, afirmou Saud, negando que Pezão tenha participado do esquema. Segundo Saud, R$ 20 milhões foram dissimuladas em doações oficiais, além de mais R$ 900 mil destinados para o PDT.
O partido nega, segundo o RJ-TV, da TV Globo. Outros R$ 7,5 milhões foram em dinheiro vivo, como consta em planilha que consta na investigação. Hudson Braga que foi ex-secretário de estadual de Obras do governo Cabral e coordenador de campanha de Pezão recebeu R$ 5 milhões.
Hudson e Cabral estão presos desde novembro acusados de montar esquema pagamento de propina que desviou R$ 224 milhões dos cofres públicos. O envolvimento da JBS com a campanha do governador consta na denúncia que levou a cassação da chapa Pezão-Francisco Dornelles, o vice, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Eles recorreram da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O recurso ainda não foi julgado pela Corte. Na documentação que foi entregue por Saud e Joesley Batista, dono da JBS, aos procuradores consta doações para 28 partidos. Só para deputados estaduais do Rio de Janeiro há 13 nomes. Os valores somados ultrapassam a casa dos R$ 3 milhões.
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