No Rio, terça-feira, bandidos incendiaram ônibus, assaltaram automóveis e caminhões, enfrentaram a PM, mas parte da população uniu-se aos criminosos para saquear cargas.
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defendeu, na última quarta-feira, agilidade na adoção de novas políticas para enfrentamento da questão das drogas, como forma de barrar o avanço do crime organizado no país. “O Estado está perdendo o controle de seu próprio território”, afirmou o ex-presidente, referindo-se à atuação das organizações criminosas em presídios, regiões de periferia das grandes cidades e zonas de fronteira.
Ele participou da conferência de encerramento do seminário 10 Anos da Lei de Drogas – Resultados e Perspectivas em uma Visão Multidisciplinar, ocorrido no auditório do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.
Na palestra, FHC lembrou que, antes de seu período como presidente, não tinha consciência do real impacto das drogas sobre as instituições, mas que o contato como chefe de Estado com as experiências de outros países o ajudou a ter a exata dimensão da questão do comércio de entorpecentes. Na Colômbia, por exemplo, o ex-presidente percebeu que as políticas voltadas para a total criminalização do comércio de drogas não surtiram o efeito esperado. “Para cada traficante morto, outros dois apareciam. Isso acontecia porque, enquanto existir o mercado, haverá quem se interesse por ele. A droga continua livre na mão do bandido”, apontou.
Apesar de afirmar que tem “horror a maconha”, o ex-presidente defendeu a adoção de medidas que substituam a lógica da punição por uma perspectiva de conscientização e que direcionem as ferramentas de combate especificamente para os grupos criminosos organizados. Como exemplo de medida alternativa, o tucano citou as políticas antitabagistas promovidas em seus dois governos, as quais, segundo ele, resultaram na diminuição do número de fumantes em um período relativamente curto:
- No Brasil, a redução do uso do tabaco foi extraordinária. Não houve proibição, mas realizamos diversas campanhas. por Polibio Braga
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