Para os médicos em campos de guerra, receber sangue para transfusões o mais rapidamente possível pode fazer toda a diferença quando o assunto é salvar a vida de um soldado.
Com isso em mente, cientistas estão trabalhando para desenvolver células sanguíneas artificiais que poderiam ajudar em transfusões de emergência nos próximos 10 anos. A esperança é que esse sangue artificial possa ser liofilizado e armazenado em pó, estando pronto para uso de paramédicos e médicos que trabalham em campos de batalha, segundo informações do jornal Daily Mail. jornalciencia.com
A base da descoberta são minúsculas células sintéticas que imitam glóbulos vermelhos e seguram o oxigênio, liberando-o lentamente conformem circula pelo corpo. Desenvolvidas por uma equipe da Universidade de Washington, nos EUA, as células artificiais já demonstraram ser eficazes quando testadas em animais.
Com cerca de 2% do tamanho de um glóbulo vermelho humano natural, o modelo sintético pode ser armazenado à temperatura ambiente e misturado em água quando necessário, estando pronto para o uso. De acordo com Allan Doctor, que liderou a pesquisa, trata-se de “um pó seco que mais se parece com páprica”. Segundo ele, o sangue pode ser armazenado em um pacote plástico para ser transportado de ambulância ou mochila por um ano ou mais. “Quando precisar usá-lo, basta adicionar água esterilizada, e está pronto para ser injetado”, explicou.
O produto, chamado de ErythroMer, já passou por um primeiro ensaio clínico, provando ser eficaz em ratos. No caso, pesquisadores substituíram um grande volume de sangue pela versão artificial, mostrando que as células feitas em laboratório também foram capazes de armazenar e liberar oxigênio pelos tecidos do corpo. Logo, foi demonstrado que o ErythroMer poderia ser usado para ressuscitar animais em estado de choque e que perderam 40% do volume de sangue do corpo.
Para pacientes traumatizados envolvidos em acidentes, que geralmente morrem a caminho de hospitais em razão da perda maciça de sangue, a versão artificial, embora não substitua o sangue humano, poderia ganhar tempo até que possam receber uma transfusão adequada. De acordo com Doctor, as aplicações potenciais envolveriam ressuscitação de vítimas de traumas envolvidas em acidentes em áreas de difícil acesso ou soldados feridos em batalha e incapazes de serem resgatados.
“Atualmente, não existem meios simples e práticos para levar a transfusão para a maioria das vítimas de trauma fora dos hospitais”, disse Doctor. “Os atrasos na ressuscitação têm um impacto significativo nos resultados. Nossa meta é impulsionar o cuidado oportuno e eficaz para as situações de campo”.
Em modelos sintéticos anteriores, a equipe enfrentou problemas com a liberação de oxigênio em relação ao ajuste às mudanças de pH do corpo. No entanto, o grupo afirmou que o ErythroMer superou tais questões. Além disso, eles afirmaram que em testes, estudos mostraram que o produto evita a constrição dos vasos sanguíneos – que potencialmente poderia levar a ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.
A próxima fase de testes clínicos será realizada em breve. Os pesquisadores estimam que o sangue artificial esteja disponível para uso já nos próximos 10 anos. Os resultados do estudo serão apresentados em uma reunião que será realizada em breve pela Sociedade Americana de Hematologia, em San Diego, Califórnia. [ Daily Mail ] Foto https://www.inkanto.com/applications-thermal-transfer/blood-bags-traceability
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