O potencial de consumo do mercado LGBT no Brasil é de R$ 418,9 bilhões, o equivalente a 10% da riqueza produzida no país. É o que indica estudo feito há um ano pela consultoria norte-americana Out Leadership. Os números são importantes para mostrar o foco com que empresas como O Boticário, Gol e Skol abordaram, de diferentes formas, casais homossexuais em um movimento que, em alguns casos, continuou com um intenso debate nas redes sociais contra comentários homofóbicos e ameaças de boicote.
Mas como pequenos empreendedores podem focar esse público em seus negócios. Segundo a técnica da coordenação de economia criativa do Sebrae Bahia, Ana Paula Almeida, o primeiro passo é estar preparado para atender um público que, segundo ela, costuma ser exigente e, por na maioria das vezes não ter filhos, dedica uma fatia maior do orçamento familiar ao lazer.
"Estudos mostram que gays e lésbicas consomem mais bens de luxo, design e moda, além de viajar quatro vezes mais que a média e gastar 30% mais que o turista tradicional", afirma.
A empresária cearense Rafaele Castro descobriu a força da marca de sua moda praia junto ao público gay. Cerca de 80% dos homens que compram peças da grife Mar del Castro são homossexuais, estima a comerciante, que é sócia de seu irmão no negócio.
"Criou-se uma empatia do público gay masculino com a marca por causa da sua modernidade, das formas ousadas e depois pelo boca a boca", disse Rafaele.
Sócio da empresa que mantém as boates San Sebastian, no Rio Vermelho, e Amsterdam, no Centro, José Augusto Vasconcelos acha que há uma "lenda urbana" em torno do fato de que o público homossexual esbanja dinheiro. Mas, com base na frequência em suas duas casas, arrisca dizer que os homossexuais saem mais em comparação ao público hétero, e é esse consumo diluído em vários dias que torna a clientela atraente para os empreendedores do segmento.
"O tíquete médio de um cliente hétero é até maior, mas o público gay frequenta a casa com mais assiduidade", explica Vasconcelos, que acaba de inaugurar a boate Berlin, voltada para o público em geral. Rafaele destaca que, por outro lado, entre o público feminino não há a mesma proporção de clientes homossexuais. Ana Paula, do Sebrae, afirma que o público LGBT é bem diverso, sendo possível traçar alguns perfis dentro das comunidades. "Assim, é indicado que o empresário conheça esse mercado, percebendo melhor seus gostos e expectativas", diz a técnica. Leia mais AQUI.
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