por Samuel Celestino
Quando a reeleição foi implantada no País no governo Fernando Henrique Cardoso, que pretendia ficar – e ficou – oito anos no poder, o sistema jamais deu certo. Se seus primeiros quatro anos foram positivos, os seguintes, não. FHC, portanto, errou. Veio o governo Lula que, logo no início ele próprio o atropelou com o “mensalão” que abalou o seu mandato. Dilma fez o primeiro quadriênio, se reelegeu, mas está de saída, como ela própria reconhece, isolada que está no Palácio do Planalto, enquanto a República fica à deriva. Não completará o seu mandato. Temer fará o complemento se o impeachment acontecer. Oito anos de mandato nunca foi uma tradição por estas bandas, daí porque volta e meia a questão vem à baila, como agora ocorre. Por ter um mandato curto, Temer poderá reimplantar a tradição, não com quatro anos, mas sim com cinco para o Poder Executivo. Em conversas com aliados é o que está propondo. Até para agradar o PSDB, que deverá integrar o seu ministério de modo a facilitar a governabilidade. Chega a bom tempo se levar à frente. Como será necessário realizar reformas estruturantes em diversas áreas, as possibilidades de mudanças ficam abertas, modificando pontos constitucionais. Michel Temer terá apoios político-partidários, o que Dilma perdeu. Fica, assim, muito mais fácil para ele governar o País em crise, até chegar ao fim do seu período em 2018. Tem todas as condições de realizar um mandato que deixe marcas, porque pior do que está é praticamente impossível, diante da realidade que o Brasil enfrenta, sem se afastar do processo democrático, o que demonstra um grau de amadurecimento do País. O PT pretende fazer oposição sistemática, depois de sair do comando, o que é do seu direito. Dilma vai se afastar, mas continuará como presidente da República por 180 dias, até que seu processo seja julgado. As possibilidades não são grandes para o seu retorno, principalmente se o possível futuro governo der certo. Parte do princípio que terá apoios políticos, como já se observa, mas a tarefa maior será cuidar da economia e diminuir, através dela, o desemprego que se alastra em todos os estados federativos. BN
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