Os brasileiros estão pagando até 44% mais caro pelos combustíveis do que no exterior, segundo cálculos do banco Bradesco. A diferença se acelerou nas últimas semanas, diante do forte tombo do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Por enquanto, a determinação dentro do governo é para que a Petrobras aproveite o momento favorável e reforce o caixa. Mas não será surpresa se, ao longo do ano, a estatal for obrigada a reduzir o valor da gasolina e do diesel para evitar que a inflação estoure o teto da meta, de 6,5%, pelo segundo ano consecutivo.
Ontem, o barril do óleo Brent chegou a ser negociado abaixo de U$ 28, o menor valor desde 2003, diante da retirada das sanções comerciais ao Irã — o quarto produtor mundial, com 2,8 milhões de barris diários — pelos Estados Unidos e a União Europeia. No fim do dia, porém, houve uma ligeira recuperação e o petróleo foi cotado a US$ 28,55, com queda de 0,97% ante a véspera.
Pelos cálculos do diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, Octavio de Barros, a diferença entre o preço que a Petrobras cobra pelos combustíveis no mercadodoméstico e o valor que paga ao importar o produto é de 44%. Se essa defasagem fosse zerada, a inflação poderia cair 1,23 ponto percentual, o que faria com que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrasse 2016 em 5,25%.
Para o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), a gasolina está 26,4% mais cara no Brasil e o óleo diesel, 54%. E é possível que essa diferença aumente nos próximos dias, diante da perspectiva de que o barril de petróleo caia para US$ 25. Segundo os especialistas, há hoje sobra de 1,5 milhão de barris por dia no mundo, volume que pode subir para 2,5 milhões de barris com a entrada do Irã no mercado. Fonte: Com informações do Correio Braziliense / Por: Bruna Veloso
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