A polêmica cobrança de estacionamento nos shopping centers da capital baiana, iniciada no dia 22 de junho, tem trazido prejuízo não só para os clientes, que foram obrigados a assumir este novo custo, mas também para os proprietários de lojas, que viram o faturamento cair desde o final do mês passado. Como alternativa para fugir desta nova realidade, alguns deles lançaram promoções onde assumem este valor.
Um exemplo disto é a empresária Du Botelho, responsável pelas duas lojas da Limits, localizadas no Salvador Shopping e Shopping Barra. Após registrar uma queda de 15% nas vendas, ela decidiu pagar o valor de R$ 6,00, relativos às duas primeiras horas, das pessoas que comprarem a partir de R$ 200,00. “Sou a favor da cobrança, mas não neste valor. Além disso, escolheram o período do São João para iniciar o processo, que é uma das épocas mais rentáveis para nós”, diz.
De acordo com ela, o fato de o Shopping Bela Vista ser o único dos grandes estabelecimentos da capital baiana a ainda não ter iniciado a cobrança, criou uma concorrência desigual e fez com que parte dos clientes migrasse. O benefício teve início durante a Liquida Salvador, iniciada no dia 3, e será estendido indefinidamente. “A ideia já era dar o voucher de retirada do veículo para o cliente, por conta da comodidade, mas os shoppings ainda não estão preparados para isso”, afirma.
Uma das pioneiras neste tipo de ação foi a lanchonete Rock Ribs. A unidade do Salvador Shopping também oferece um desconto de R$ 6,00 em compras acima de R$ 60,00. A medida foi adotada desde a primeira semana da cobrança dos estacionamentos e não tem prazo para acabar. Caso semelhante é o da rede de eletrodomésticos Guaibim, que pagará o mesmo valor em compras acima de R$ 300,00. “O plano inicial é manter isto até o dia 13, (quando acaba a Liquida Salvador) mas com a melhora no movimento, espero que a direção siga com a promoção”, conta Robson Santos, gerente da unidade do Shopping da Bahia.
Pequenos empresários sofrem com nova realidade
Se empresários de médio e grande porte têm sido atingidos pela diminuição do número de clientes, a situação é ainda mais crítica para os pequenos. De acordo com Bárbara Leão, que há quatro anos mantém dois quiosques no Salvador Shopping, o faturamento na semana anterior ao início da cobrança foi de R$ 7 mil. Atualmente, está na faixa dos R$ 2 mil. “Sou a favor da medida, mas desde que haja um valor mínimo de consumo para isentar o cliente”, aponta.
Ela diz ainda que, além de ter que lidar com uma queda tão brusca nas vendas, tem que arcar com um custo adicional, uma vez que os donos de lojas também pagam para estacionar os seus veículos. “Pago R$ 300,00 por mês. A cobrança foi feita sem que houvesse uma campanha, uma promoção. Eles (direção dos shoppings) sabiam que haveria esta redução”, desabafa.
Tendo que assumir um valor mensal de R$ 13 mil por cada quiosque que mantém no local, referente à taxa de condomínio, Bárbara está analisando que medidas tomar para reverter este quadro. “Estou em contato com o meu advogado para que, após uma análise do contrato, a gente procure a direção do shopping. Quando fechei acordo com eles, não havia esta situação. Eu tinha direito a estacionamento gratuito, assim como os clientes. Infelizmente, pelo menos por enquanto, eles estão irredutíveis”, finaliza. Foto:Agência A Tarde
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