A prefeitura da cidade francesa de Champlan, subúrbio ao sul de Paris, negou-se a permitir o enterro de uma bebê da comunidade cigana roma, despertando a reação de ativistas.
A criança, de cerca de 3 meses de idade, morreu em 26 de dezembro, vítima de síndrome de morte súbita infantil.
Segundo o jornal Le Parisien, o prefeito de Champlan, Christian Leclerc, disse que negou o enterro à criança porque a cidade está ficando sem espaço nos cemitérios e "a prioridade deve ser dada aos que pagam impostos locais".
Procurado pela agência France Presse neste sábado, ele não comentou o caso.
A família do bebê, da origem romena, morava em um acampamento em Champlan.
Ativistas locais expressaram indignação. Um porta-voz da associação regional de solidariedade com os roma descreveu a decisão do prefeito como um caso de "racismo, xenofobia e estigmatização".
Polêmica na França
A presença de ciganos roma, originários do Leste Europeu, é malvista por parte da população e se converteu em uma polêmica questão política na França.
O país tem uma das políticas mais duras da Europa contra esses imigrantes, cujos campos são constantemente desmantelados e seus moradores, deportados aos milhares anualmente por se considerar que eles vivem ilegalmente em território francês.
Muitas dessas deportações despertaram protestos dentro do país e no exterior.
A maioria dos cerca de 20 mil roma da França mora em acampamentos improvisados.
O prefeito de Wissous, cidade próxima a Champlan, disse que a decisão do prefeito vizinho é "incompreensível" e prometeu dar um túmulo à bebê morta por se tratar de "uma questão humanitária" e porque "todos têm o direito a um enterro decente".
Ela deverá ser enterrada na segunda-feira. Fonte: G1
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