O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró manteve silêncio durante seu segundo depoimento prestado ontem na Polícia Federal em Curitiba. A oitiva durou cerca de uma hora e meia mas, mesmo assim, segundo Beno Brandão, um de seus advogados, ele ficou calado enquanto os delegados fizeram 12 perguntas relacionadas à compra da refinaria de Pasadena (EUA) em 2006. As informações são da Folha de Londrina.
A compra está sob investigação da PF. A transação, feita em 2006 pelo comando do ex-diretor, resultou em prejuízo de US$ 792 milhões à estatal, segundo o TCU. Preso desde o último dia 14, Cerveró, que já é réu em ação penal acusado de ter recebido cerca de US$ 40 milhões em propina na compra de dois navios-sonda para perfuração de águas profundas, havia dito que responderia a todas as questões que lhe fossem feitas a respeito de Pasadena, entretanto, ontem, mudou de estratégia.
A defesa de Cerveró disse que esperará o julgamento de duas petições que ingressou junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) alegando que o juiz Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos no Paraná, não teria competência para dar prosseguimento ao julgamento dos envolvidos no esquema de desvio ocorrido na Petrobras. “Não quero legitimar nada no Paraná. Temos duas exceções: uma de competência e outra de suspeição. Enquanto o tribunal não se pronunciar sobre isso, Nestor Cerveró não falará mais. Sobre nada”, ressaltou Edson Ribeiro, um dos defensores de Cerveró.
Não há previsão de quando poderão ser julgadas as petições. “Vou utilizar do meu direito de silêncio. Foi exatamente isso que ele disse durante os depoimentos”, completou Beno Brandão. No primeiro depoimento logo após sua prisão, o ex-diretor negou todas as irregularidades na compra dos navios-sonda, e que foram apontadas pela força-tarefa do MPF.
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