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domingo, 9 de novembro de 2014

Mulher espera 2 anos na fila do TFD e se desespera com evolução de distrofia

Jairo Carioca – da redação de ac24horasRio Branco – Acre
“Se eu não for operada o meu pé pode secar”, disse emocionada dona Vanderleia Monteiro de Souza. Ela espera há dois anos por uma vaga em um hospital especializado no tratamento de distrofia simpalito reflexo (DSR), mas até agora, a secretaria de saúde do governo do Acre diz não ter conseguido vagas para a intervenção cirúrgica.

Nos últimos seis meses, Vanderleia lutou na justiça pelo direito de buscar sua saúde fora de domicílio. Ela agora corre contra o tempo para apresentar no prazo de dez dias, a estimativa do tratamento em clinica particular com valor das despesas com passagens de ida e volta, estadia, alimentação e procedimento médico e hospitalar necessários ao restabelecimento de sua saúde. A decisão é do Juizado Especial da Fazenda Pública.

O juizado determinou ainda, o bloqueio do montante que será apresentado. Sentindo dores intensas e contínuas, dona Vanderleia tem buscado apoio com quem pode para fazer ligações nos estados de Goiânia e Brasília e conseguir apresentar o orçamento à Justiça.

“Acho que pelo menos isso o estado poderia me ajudar. Eles têm mais contatos, sabem onde buscar uma clinica particular, mas até hoje não recebi nem um telefonema do pessoal do TFD ou da secretaria de saúde”, desabafou.

Junto com a angustia, dona Vanderleia assiste a evolução da distrofia. O médico ortopedista que acompanha o seu caso, Dr. Marcos Vinicius, afirmou através de um laudo que não existe no Acre nenhum especialista de pé e tornozelo para avaliação de um possível trauma cirúrgico.

Mesmo assim, dona Vanderleia afirma que o estado perdeu quase dois anos tentando convencê-la de fazer a cirurgia no Hospital das Clinicas. “Eles só desistiram dessa ideia quando eu perguntei se eles assinavam algum documento se responsabilizando pelos riscos da cirurgia”, revelou.

A maioria dos casos de DSR está ligada a uma lesão que causa dor. O sistema nervoso não interpreta que o “ferimento” já foi curado e continua enviando sinais de dor ao local. Casos de dor intensa causados por distúrbios psicológicos ocorrem em sua maioria em pessoas adultas.

“Eu não sei o que provoca minha dor, sei que não aguento essa situação em minha vida. Ainda tenho que andar atrás de orçamento porque o estado não me ajuda”, concluiu.

Sebastião Viana garante cirurgias pelo INTO no Acre

O governador Sebastião Viana tomou conhecimento do caso e junto à secretária de Saúde, Suely Melo, tratou sobre o caso da paciente, que para realizar a cirurgia em outro estado, precisa de vaga do centro de saúde em questão. E uma novidade é que o governador esteve em reunião na última quinta-feira, 6, com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, e assinou um termo de cooperação por meio do qual o ministério repassa ao governo estadual R$ 5 milhões para a realização de cirurgias ortopédicas de alta complexidade em Rio Branco, feita por médicos e especialistas do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), do Rio de Janeiro.

A secretária Suely Melo disse que o caso de Vanderleia passará por avaliação médica, e dependendo do resultado, o atendimento e a cirurgia dela possivelmente serão realizados em Rio Branco, já nessa parceria com o INTO. “Essa parceria com o INTO possibilita que o estado agilize cirurgias que dependem de vaga em outros estados. É uma grande conquista que o governador Tião Viana faz um grande esforço para manter, trazendo profissionais que possam fazer o atendimento na estrutura que o estado tem”, comenta.

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