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domingo, 9 de novembro de 2014

Catalunha faz consulta sobre independência da Espanha

BBC Brasil - O povo da Catalunha, região autônoma ao norte da Espanha, está votando hoje em uma polêmica consulta popular sobre sua independência.

Os cidadãos estão sendo questionados se querem a criação de um Estado catalão e se este Estado deve ser independente.

A Justiça espanhola considerou a votação inconstitucional, mas o líder do Executivo catalão, Artur Mas, alertou que o governo central não deveria interferir no processo.

"Não sei o que eles (do governo central) farão. Isso não depende da gente. Mas qualquer medida contra a votação seria um ataque direto contra a democracia e os direitos fundamentais", disse Mas.

O Tribunal Constitucional da Espanha havia suspendido a realização de um referendo oficial sobre o assunto.

Nesta semana, a mesma corte exigiu que a votação fosse suspensa.

Mas o governo da Catalunha decidiu seguir em frente com a "consulta a seus cidadãos".

O primeiro-ministro Mariano Rajoy disse que a votação não terá efeitos práticos e pediu que a Catalunha retornasse à "sanidade".

Nacionalismo
A Catalunha é uma rica região da Espanha com 7,5 milhões de habitantes.

Ela contribui mais para a economia espanhola do que recebe de volta por meio de fundos do governo central.

Disputas econômicas e diferenças culturais deram força ao nacionalismo na região.

Segundo o correspondente da BBC Chris Morris, muitos catalães sentem que fazer parte de um único Estado, o espanhol, não é o mais adequado para eles.

Por isso, existe uma longa história de luta pela independência da região ou de ao menos uma maior autonomia.

Em 2006, a Catalunha passou a se considerar uma região com estatus de "nação", mas isso foi derrubado pelo Tribunal Constitucional em 2010.

O repórter Patrick Johnson, da BBC News, acompanhou a movimentação em um dos pontos de votação.

"A maioria diz que votará a favor da independência, mas há alguns que votarão contra, mas fazem questão de ir às urnas numdesafio ao que veem como uma intransigência de Madri", afirma Johnson.

O premiê Rajoy disse que o foco deveria estar no diálogo entre o governo da Catalunha e o governo central espanhol, liderado por ele, dentro dos "parâmetros constitucionais".

Protestos
O grupo Libres e Iguales (Livres e Iguais, numa tradução livre do espanhol) é contra a votação e realizou protestos em diversas cidades.

Um protesto em Barcelona, capital da Catalunha, teve um início de conflito, mas ninguém chegou a ser preso.

Manifestações a favor da consulta também foram tealizados.

Os apoiadores da independência acreditam que um grande apoio à proposta por meio da consulta colocará mais pressão sobre o governo central para abrir negociações sobre mais autonomia política e fiscal, o que levaria à realização de um referendo sobre a independência.

Eles esperam ter o voto de 1,5 milhão de catalãos. Já aqueles contrários não devem ir às urnas.

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