Do UOL, em Belo Horizonte//Pedro Vilela/Getty Images
Depois de 27 anos, o futebol mineiro viveu novamente a expectativa de chegar perto de classificar dois clubes pela primeira vez para uma final de competição nacional. Dessa vez, ao contrário da anterior, o final da história foi feliz para os torcedores de Atlético e Cruzeiro, que assistirão aos dois clássicos que decidiram a edição 2014 da Copa do Brasil.
Atlético e Cruzeiro eliminaram Flamengo e Santos, respectivamente, e decidirão a competição que classifica o campeão para a Libertadores 2015. O alvinegro mineiro tenta uma conquista inédita, enquanto o clube celeste disputará buscará o seu quinto título do torneio.
Corria-se o risco de se repetir a história do Campeonato Brasileiro de 1987, batizado naquele ano de Copa União, em que os clubes mineiros chegaram na condição de favoritos às semifinais e ambos decidindo em casa a vaga na finalíssima do torneio, que tinha na reta final o sistema mata-mata. Mas não foi isso que aconteceu.
O certame foi dividido em dois módulos. Atlético, Cruzeiro, Flamengo e Internacional fizeram a semifinal do verde e, com o título ficando com o rubro-negro, enquanto o Sport foi o campeão do módulo amarelo. O regulamento previa o confronto entre os dois campeões de cada módulo, o que não aconteceu e a definição se arrastou na justiça.
O Atlético-MG chegou invicto à decisão da vaga à final diante do Flamengo, enquanto o Cruzeiro enfrentou o Internacional. O alvinegro mineiro foi derrotado pelo Flamengo, no jogo de ida, no Maracanã, por 1 a 0, em 29 de novembro, quando perdeu sua invencibilidade. O gol rubro-negro foi marcado por Bebeto.
Na partida da volta, três dias depois, em 2 de dezembro, o clube carioca bateu o alvinegro por 3 a 2, em jogo cheio de alternativas. Chiquinho e Sérgio Araújo marcaram para o Atlético-MG, enquanto Zico, Bebeto e Renato Gaúcho, em um golaço, com direito a arrancada do meio de campo e drible no goleiro João Leite, que não conseguiu nem fazer falta, garantiram o triunfo e a classificação flamenguista.
Na outra semifinal, houve empate sem gols no Beira-Rio, em Porto Alegre, em 29 de novembro. No jogo da volta, disputado sob chuva intensa, novo 0 a 0, no tempo normal, em 3 de dezembro, no Mineirão. A decisão foi para a prorrogação, quando Amarildo fez o gol que garantiu a classificação colorada. Na final, houve empate em 1 a 1, em Porto Alegre, e vitória do Flamengo, no Maracanã, por 1 a 0.
Em 2000, pela Copa do Brasil, houve nova oportunidade, mas o resultado foi bom apenas a torcida celeste. O Atlético-MG foi eliminado pelo São Paulo, à época treinado por Levir Culpi, atual técnico atleticano, com derrota no Morumbi, por 3 a 0, em 29 de junho. No jogo da volta, em 2 de julho, houve empate em 3 a 3, no Mineirão, com gols marcados por Guilherme (dois) e Ramon, pelo alvinegro mineiro, e Marcelinho Paulista (três).
Na outra semifinal, o Cruzeiro eliminou o Santos, com vitória por 2 a 0, no Mineirão, com gols de Geovanni e Donizete Oliveira. No jogo da volta, com mando de campo do time paulista, houve empate em 2 a 2, com gols de Ricardinho e Oséas pelo lado celeste e André Luís e Rincón para os donos da casa.
Na Copa do Brasil deste ano a expectativa de uma inédita final mineira em competição nacional voltou com força. Afinal, o Cruzeiro por ser líder com folga do Brasileirão e em busca da repetição da tríplice coroa, conquistada em 2003, aparecia como candidato natural à decisão. Já o Atlético-MG se credenciou por ter goleado o Corinthians, no Mineirão, nas quartas de final, por 4 a 1, invertendo derrota de 2 a o, no jogo de ida, em São Paulo.
Nos primeiros jogos da semifinal, os rivais mineiros tiveram resultados diferentes. O Cruzeiro venceu o Santos, no Mineirão, por 1 a 0, e o Atlético-MG foi derrotado pelo Flamengo, no Maracanã, por 2 a 0. Nesta quarta-feira, ambos conseguiram resultados suficientes para leva-los à decisão da Copa do Brasil. O time atleticano goleou o rubro-negro, por 4 a 1, enquanto o time celeste empatou com o Santos, em 3 a 3, com dois gols no final.
E a classificação dos dois rivais foi dramática. Ambos estiveram fora da final, durante parte dos jogos, mas o Atlético teve forças para buscar um triunfo que parecia impossível, quando Everton abriu o placar para o Flamengo. Na Vila Belmiro, o Santos chegou a abrir 3 a 1, mas com dois gols no final, o time cruzeirense empatou e garantiu vaga e uma final inédita.
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