Em Washington /Alessandro Buzas/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Banhistas aproveitam o calor na praia de Ipanema, na zona sul do Rio
O mês de setembro de 2014 foi o mais quente no planeta, tanto em terra como nas superfícies dos oceanos, desde que o registro começou a ser realizado em 1880, informou nesta segunda-feira (20) a agência meteorológica americana.
"É também o 38º setembro consecutivo que registra uma temperatura mundial acima da média do século XX", informou a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).
Quando combinadas, as temperaturas médias no solo e na superfície dos oceanos registradas em setembro bateram um recorde, chegando a 15,72 graus Celsius, ou seja, 0,72°C acima da média do século XX.
"À exceção de fevereiro, todos os meses de 2014 foram os mais quentes de que se tem registro. Entre eles, maio, junho, agosto e setembro foram os mais quentes de todos", indicou a NOAA em seu relatório.
A última vez em que a temperatura média no mundo em setembro esteve abaixo da média foi em 1976.
No texto, a NOAA acrescenta que a maioria dos territórios do planeta registrou temperaturas mais quentes do que no mês anterior, à exceção da Rússia Central, de algumas áreas do leste e do norte do Canadá e de uma pequena região da Namíbia.
Em contrapartida, "o calor recorde foi muito perceptível no noroeste da África, nas regiões costeiras da América do Sul, no sudoeste da Austrália, em partes do Oriente Médio e em regiões do sudeste da Ásia."
Em relação aos oceanos, a temperatura da superfície global foi 0,66º C acima da média do século XX, o que também foi um recorde para setembro.
"Também marcou a maior alta registrada na superfície dos oceanos em qualquer mês, desde que os registros começaram em 1880, batendo o recorde do mês passado, de 0,65º C", acrescentou a NOAA, afirmando que este aumento de temperaturas foi observado em todos os oceanos, principalmente na parte equatorial do Pacífico.
Segundo o informe, o recorde de calor foi detectado em partes de toda grande bacia oceânica, particularmente no nordeste e no Pacífico equatorial.
No Ártico, a cobertura de gelo atingiu seu mínimo anual em meados do mês, com 5 milhões de quilômetros quadrados.
"Isso foi 1,2 milhão de quilômetros quadrados abaixo da média de 1981 a 2010, mas 1,6 milhão de quilômetros quadrados maior que o recorde mínimo, registrado em 2012", informou a NOAA.
Enquanto isso, a tendência de aumento do gelo marinho se manteve na Antártica, com a média em setembro alcançando 20 milhões de quilômetros quadrados, uma área 6,60% maior que a média de 1981-2010.
"Esta foi a maior extensão média de gelo marinho registrada em um mês de setembro na Antártica e a maior extensão média de gelo marinho na Antártica em qualquer mês", destacou o informe.
Antes da conferência anual das Nações Unidas sobre o clima, prevista para dezembro, em Lima, negociadores de 195 países se reúnem a partir desta segunda-feira em Bonn (Alemanha) para avançar rumo a um acordo previsto para 2015, em Paris.
A ONU tenta limitar o aumento das temperaturas mundiais a 2ºC com base nos níveis pré-industriais, já que acima disso, as consequências podem ser dramáticas, alertaram os cientistas.
Especialistas afirmam, no entanto, que as tendências atuais de emissões podem levar as temperaturas a alcançar mais do que o dobro desse nível até o fim do século.
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