Após peregrinar por quatro unidades médicas de Valinhos e Vinhedo, no interior de São Paulo, uma adolescente de 16 anos sofreu um aborto espontâneo. Na última terça-feira (15), Carla Thais Lopes dos Santo, grávida de cinco meses começou a sentir muitas dores. Ela começou a procurar atendimento médico por volta das 14h, e cinco horas depois, sofreu o aborto do bebê, que se chamaria Nicolas Henrique. Não bastasse todo o sofrimento com a perda do bebê, a jovem ainda precisou ficar ao lado do feto morto por duas horas. A jovem tentou ser atendida por três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e pelas Santas Casas da cidade. Na UPA de Valinhos, o médico teria dito que as dores eram de uma infecção urinária. Mas a jovem disse que já tratava a infecção, e insistiu que as dores eram da gravidez. Na Santa Casa de Vinhedo, a adolescente não foi atendida, pois não havia obstetra e nem maternidade no hospital. Na UPA de Vinhedo também não havia ginecologista e obstetra de plantão. A jovem teve que voltar para UPA de Valinhos, onde foi orientada a vomitar no banheiro. Quando chegou ao sanitário, o bebê foi expelido nas mãos da menor, já sem vida. A médica que fez o atendimento no local ainda teria dito “pode deixar ele cair na privada mesmo". Depois disso, Carla foi encaminhada para Santa Casa de Valinhos, onde só foi atendida após a família chamar a Polícia. Até o policiamento chegar, a menina ficou em uma maca ao lado do filho morto, preso pelo cordão umbilical. A irmã da gestante, Bruna Lopes, afirmou que depois que a Polícia chegou, Carla foi atendida rapidinho. “Foi um absurdo, um descaso total. Minha irmã super abalada com a morte do bebê e ainda teve de ficar ao lado dele morto, ainda sujo do parto, esperando por mais de duas horas", contou Bruna ao UOL. A adolescente ainda está internada, mas passa bem. BN
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