Uberlândia já está perto da meta municipal de reduzir o número de cesáreas para menos de 40% do número de partos em mulheres na primeira gestação (primíparas).
Enquanto no ano passado a média de cesarianas no município, em todos os hospitais particulares, foi de quase 80% - segundo o Sistema Nacional de Nascidos Vivos (Sisnac) - no Hospital Municipal a taxa ficou na média de 55%.
Em fevereiro último, a taxa de cesáreas em primíparas foi de 50%, número que vem mantendo na mesma faixa desde junho do ano passado.
Em 2011, segundo Sinasc, a taxa de cesáreas entre as mulheres de primeiro parto em Uberlândia chegou a ser de 95% colocando a cidade entre os mais altos níveis de cesáreas.
O Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a taxa seja de até 15%.
Tratamento conceito
A Rede Municipal vem recebendo novo tratamento e conceito desde 2012.
Um conjunto de ações está sendo adotado junto ao Programa de Saúde da Família (PSFs) e no atendimento realizado no Hospital Maternidade Municipal.
As mudanças estão fazendo diferença e alterando o comportamento na sociedade.
A atenção à mulher mudou, a necessidade do pré natal foi intensificada nos PSFs com as 64 equipes integradas e apoio estrutural para mais consultas e exames nas Unidades Básicas de Saúde(UBS) e Unidades de média complexidade, chamadas de UAIS (Unidade de Atendimento Integrado).
Resultado: o número de pré natal aumentou em mais de três mil consultas realizadas no ano passado.
“Esse atendimento com a conscientização e apoio dos PSFs e com a rede oferecendo mais acesso podem garantir mais segurança para gestante e para o bebê, maior conforto e confiança, situação que nos permite chegar à nossa meta de reduzir cada vez mais o número de cesáreas”, disse Nilton Pereira Júnior, diretor da rede de atenção à saúde as Secretaria Municipal de Saúde.
A busca na atenção básica ainda garante a continuidade de atendimento junto a mãe, após o parto e ao bebê, no mesmo período o número de consultas em puericultura na rede, tive um incremento em mais de seis mil consultas , se comparado ao número de atendimento realizado em 2012, ano de início do novo modelo de atenção à saúde.
“Outro fator que estamos tentando mudar é o cultural, na academia existe pouco estímulo para o acompanhamento de um trabalho de parto sem procedimento cirúrgico e o nosso trabalho agora vai ganhar o reforço com a criação de nossa residência médica no Hospital Maternidade os médicos poderão ajudar significativamente a reduzir ainda mais o número de cesáreas em Uberlândia e ainda estamos implantando este mês de março a humanização do parto”, completa o diretor.
“A mulher vai adotar por si só a conduta do parto normal, vai querer evitar a cirurgia, que só deve ser indicada em casos de risco à saúde e à vida do bebê ou da mãe. Ela vai entender o corpo dela e as vantagens de deixar a natureza e o corpo agirem, ele [o corpo] está preparado para isso. A mulher vai ter mais facilidade para descer o leite, vai ter maior interação mãe bebê e o corpo volta mais rapidamente ao normal”, disse a coordenadora do Programa Municipal de Saúde da Mulher, Bárbara Cunha Mello Lazarini.
“A cesárea é uma cirurgia salvadora, indicada por razões médicas, e não por escolha cômoda”, finaliza a coordenadora.
Com informações de Entrelinhas/Cristiane de Paula
Da redação do SóNotíciaBoa.com.br
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