Três anos depois de ter saído da presidência, Lula concede na manhã desta terça-feira 8 entrevista a blogueiros brasileiros, na sede do Instituto Lula, em São Paulo. Em novembro de 2010, Lula foi o primeiro presidente a conceder coletiva a blogueiros. Logo de saída, o ex-presidente pede aos entrevistadores que contribuam para "acabar com essa boataria toda" e crava apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff: "ela é disparadamente a melhor pessoal para ganhar as eleições", disse. "Eu já cumpri minha tarefa, já me dou por realizado", acrescentou.
Sobre a Petrobras, o petista mencionou interesses políticos de quem quer criar a CPI no Congresso - gente que "nunca quis criar CPI, para nada" - e afirma que "não adianta comparar" o valor que a empresa tem hoje e durante o governo FHC. "Se ela vale R$ 98 bilhões hoje, ela valia R$ 15 bilhões durante o governo FHC", lembrou Lula. "O que as pessoas não aceitam? Que a gente fez o regime de partilha", acrescentou, sobre o modelo de extração de petróleo adotada para o pré-sal. "E muitos desses queriam privatizar a Petrobras há pouco tempo", atacou ainda o ex-presidente.
Lula reclamou mais ações do PT e de setores do governo em defesa da atual gestão. "Tem de levantar a cabeça e enfrentar para valer o debate político", conclamou. "Por exemplo, cadê o blog da Petrobras, que foi tão importante em 2009?", perguntou Lula, referindo-se ao período em que a estatal reproduzia em sua página na internet pedidos de entrevistas de jornalistas. Era a forma, na ocasião, de furar bolhas de especulação feitas por meio da mídia.
O antecessor de Dilma falou sobre crescimento. "O País não está crescendo ao ritmo de 5% ao ano, mas faz onze anos que esse governo gera empregos e aumenta a massa salarial. Em que lugar do mundo isso está acontecendo?", questionou. Ele recordou seu tempo de sindicalista, "quando a inflação era de 80% ao mês, não era ao ano não", frisou. "Mas agora vejo o mesmo ministro daquele tempo (Maílson da Nóbrega) reclamando que a inflação está indo para o topo da meta. Ora, eu gostaria que a inflação ficasse em 2%, mas prefiro que se crie empregos do que, como pediram alguns, haja desemprego para combater a inflação". Fonte: Marcos Antonio
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