Um doador anônimo salvou uma menina afegã, de 6 anos, de ser obrigada a se casar
Naghma Mohammad foi vendida para pagar a dívida de um empréstimo do pai dela.
Em 2009, amedrontado pela violência que rondava a província de Helmand, onde morava, Taj Mohammad se mudou com a mulher, os nove filhos e seus poucos pertences para um acampamento para refugiados, na capital Cabul.
Logo o caçula da família, Janan, de apenas três anos ficou doente.
Sem trabalho e com pouquíssimos recursos disponíveis, Mohammad fez um empréstimo de US$2.500 (cerca de R$5 mil reais) para cobrir as despesas médicas do menino.
Janan não sobreviveu ao inverno e morreu congelado.
Sem dinheiro, o pai ofereceu a filha Naghma, de apenas seis anos, como pagamento.
Ela deveria se casar com o filho do agiota, de 19.
O credor aceitou e Naghma foi morar com a família de seu futuro marido.
"Foi uma decisão difícil. Senti como se tivesse sido jogado no fogo", contou Taj Mohammad para a reportagem do site do canal norte-americano CNN.
Mas grupos de direitos humanos descobriram a situação de Naghma, imediatamente entraram em contato com Kimberley Motley, uma advogada norte-americana que trabalha no Afeganistão há cinco anos, em prol dos direitos das mulheres no país.
Kimberley organizou uma assembleia formada por afegãos anciãos, conhecidos como Jirga, e os convenceu de que Naghma não poderia se casar.
Eles a liberaram para voltar para sua casa.
Em seguida, um doador anônimo pagou a dívida de Taj Mohammad e livrou a menina da obrigação do casamento, de vez.
"Estou muito feliz que Naghma não tenha se casado aos 6 anos de idade. Mas gostaria de ter certeza de que ela receberá educação para se tornar alguém bem sucedido", falou Kimberley Motley para CNN.
Por isso, esta semana, a advogada conseguiu vagas para Naghma e seu irmão mais velho no Instituto Nacional de Música do Afeganistão, uma escola que recebe órfãos e crianças carentes do país.
Com informações da Marie Claire
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