Anderson Silva tinha 16, 17 anos, um currículo que incluía aulas de capoeira, tae kwon do, balé e sapateado, e fazia o melhor cover de Michael Jackson das festinhas black de Curitiba. Ele montou com os amigos um conjunto que imitava as coreografias dos grandes grupos de funk, soul e disco americanos; sua tia Edith costurava as roupas, todas iguaizinhas, com a indefectível calça meia canela acompanhada de meias brancas. Mas Anderson só saía de casa depois de um ritual sagrado: aplainar o cabelo crespo com generosas quantidades de creme Alisabel.
Problemas de autoimagem? Racismo às avessas? Imposição da sociedade de consumo? Desejo inconfesso de se tornar branco como seu ídolo Jackson? Anderson tem uma explicação mais singela: “Eu só queria poder jogar meu cabelo nas festinhas”. O resultado foi desastroso: os cachos alisados à força foram substituídos por uma lustrosa careca – que, por ironia, acabou virando marca registrada. Até hoje há quem ache que o lutador raspa a cabeça para atemorizar adversários. A verdade é que Alisabel venceu Anderson por nocaute. LEIA A ENTREVISTA AQUI
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