O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) rebateu nesta sexta-feira (21), o secretário-geral da Conmebol, o argentino Luiz Meiszner sobre o caso de racismo envolvendo o jogador brasileiro Tinga. De acordo com Valmir, o dirigente da entidade que comanda o futebol sul-americano quis abafar o caso com uma declaração estapafúrdia.
O deputado federal Valmir Assunção cobra providências / Foto: Luiz Cruvinel.
“Isso demostra o grau de preconceito ainda dentro do futebol e a Conmebol é conivente com esse racismo velado no esporte por não tomar providências e ainda querer esfriar o debate com uma citação ridícula. Não há como medir o que é pior, o ato de racismo em si ou essa defesa disfarçada. Atitudes como essa só reforçam e legitimam o racismo na sociedade, mas não nos calaremos”, dispara o petista.
Ainda segundo Valmir, essa ato ratifica a necessidade da campanha contra o racismo que propôs ao governo federal durante a Copa e pelo visto durante os torneios sul-americanos também. “Esse cidadão disse que aqui só tem mal educado e essa não é a primeira declaração desrespeitosa que evidencia o preconceito contra os sul-americanos”, completa o petista lembrando que em entrevista à Folha de São Paulo, o secretário-geral José Luis Meiszner afirmou que Tinga não foi alvo de racismo no jogo do Cruzeiro (seu time) contra o Real Garcilaso, durante partida da Taça Libertadores da América. “Um moreno peruano imitando macaco para um brasileiro um pouco mais escuro que ele não é uma discriminação racial. É sim uma provocação mal-educada”, disse Meiszner à publicação.
Tinga sofreu racismo sim, diz Valmir Assunção /Foto: Divulgação.
Durante a partida, os torcedores do time peruano simularam o som emitido por um macaco. Muito chateado, o jogador disse que trocaria todos os títulos pelo fim do preconceito. Após o fato, a Conmebol abriu uma investigação contra o Real Garcilaso, mas o clube não sofreu nenhum tipo de punição. De acordo com o vice-presidente da CBF, Marco Polo del Nero, isso não ocorreu pois as ofensas não estão no relatório do juiz da partida. “É um absurdo essa situação, vou levar essas informações ao Ministério dos Esportes e não deixarei que esse assunto morra, como vem morrendo negros e negras por violência nesse país. Se o secretário-geral deu essas declarações que a Folha diz é porque ele é branco, e branco não sofre racismo”, completa Valmir Assunção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário